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Título do barulho
"Evangélico era gerente de
Marcinho VP." O título, publicado em abertura de página no
terceiro caderno de quarta-feira, provocou o maior barulho
da semana na correspondência.
Leitores, a maioria praticante
da religião, argumentaram que
a condição de evangélico do líder comunitário André Fernandes, do morro Dona Marta, não
era elemento essencial da notícia, e portanto não deveria estar
no enunciado.
Um deles: "Ainda não vi manchete dizendo "católico chefia o
tráfico" ou "espírita estupra e
mata". E nem me interessa ver.
Lamento que meu jornal cometa tamanha discriminação".
Sei que nem sempre é fácil definir em títulos um personagem
que não pode ser chamado pelo
nome, porque desconhecido do
leitor, mas isso não justifica caracterizações inadequadas.
Também vale ressalvar que a
condição de evangélico muitas
vezes é informação relevante.
Tome-se como exemplo o noticiário sobre o governo do Rio de
Janeiro, em que o grupo tem
participação de peso.
Mas, na história em questão,
não há argumento sólido em
defesa do título. Como escrevi
na crítica interna, o protesto deve servir de alerta para que o
jornal analise caso a caso e evite
difundir preconceito.
Tão irados estavam os leitores
que nem repararam em problema mais grave do enunciado:
afirmou que André Fernandes
era gerente do traficante de drogas, enquanto o texto deixava
claro que essa é uma suspeita da
polícia.
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