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Kenneth Maxwell Obama, gays e Cuba O presidente norte-americano, Barack Obama, vem sendo evasivo quanto à questão dos direitos dos gays, da mesma forma que vem sendo evasivo quanto a Cuba. Sua cautela quanto à questão cubana tem motivos óbvios: os norte-americanos de ascendência cubana exercem papel desproporcional na política dos Estados Unidos, sobretudo no Estado da Flórida, ainda que não só lá. Robert Menendez, um importante político norte-americano de origem cubana, é senador democrata por Nova Jersey. Mas a delegação da Flórida nas duas Casas do Legislativo ocupa postos muito importantes. A republicana Ileana Ros-Lehtinen, da Flórida, preside o Comitê de Relações Internacionais da Câmara. Marc Rubio, senador pela Flórida, é membro influente da bancada republicana no Comitê de Assuntos Internacionais do Senado. Nenhum dos dois parece aberto a um acordo em relação a Cuba. Antes da visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, a deputada Ros-Lehtinen escreveu a Obama instando-o a discutir o que definiu como "abordagem perturbadora" do Brasil com relação a Cuba. "Se o Brasil deseja ser visto como membro responsável de nosso hemisfério", afirmou, "suas políticas precisam refletir o compromisso para com os direitos humanos e as liberdades democráticas". Não é que a maioria dos hispânicos dos Estados Unidos apoie a manutenção do embargo comercial que os norte-americanos impuseram a Cuba há meio século. Não o fazem. Mas eles tampouco detêm postos decisivos em comitês legislativos com poderes para bloquear qualquer mudança de política. Por isso, se Obama deseja vencer a eleição presidencial de novembro na Flórida, precisa que Cuba fique fora da agenda política. A cautela de Obama quanto aos homossexuais é mais difícil de explicar. Ele abandonou, é verdade, a política de discriminação contra o serviço de homossexuais assumidos nas Forças Armadas dos Estados Unidos, o que representou um grande passo à frente. Mas não assumiu posição firme quanto ao casamento homossexual, para desgosto do vice-presidente Joe Biden, que o fez. Isso leva a posturas hesitantes de parte de seus assessores e a pânico entre os integrantes de sua campanha à reeleição. O "New York Times", em editorial publicado nesta terça-feira, criticou Obama pela desgastada resposta de que sua posição quanto ao casamento gay está "evoluindo". Mitt Romney adotou postura mais firme. Alinhou-se aos mais fervorosos oponentes do casamento homossexual. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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