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Eliane Cantanhêde Haja coração! BRASÍLIA - Esta eleição municipal já revela um resultado contundente em São Paulo, antes mesmo de o eleitor pisar na cabine indevassável e votar: é preciso mudar. Mudar a gestão, o jeito de fazer política. No grande dia, nenhum candidato chega em situação confortável e o índice de indecisão é enorme. O paulistano não encontrou opções que contemplem suas expectativas e vota não no que considera o melhor, mas simplesmente no menos pior. Pelos últimos dados do Datafolha, Haddad não chegou aos mais de 30% que o PT teve na capital nas últimas oito eleições (para prefeito, governador, presidente), e Serra só voltou na última semana aos quase 30% do PSDB e de seus alinhados (incluindo Kassab). A alternativa Russomanno, porém, pode se confirmar um voo de galinha: disparou e despencou com a mesma intensidade, distribuindo suas intenções de voto entre Haddad, Serra e Gabriel Chalita. A isso se chama volatilidade, que desaconselha certezas. Russomanno não estancou a queda, Serra recupera a dianteira perdida e o desafio de Haddad é captar de volta nas urnas o eleitor de Marta Suplicy. O fôlego de Chalita não foi suficiente. Se há alguma certeza é a de que, se o antes favorito Russomanno chegar à final -e, reforçando, há dúvidas quanto a isso-, será o candidato mais fraco. O maior desafio de Serra e de Haddad é chegar ao segundo turno. Qualquer um dos dois que conseguir o feito terá boas e sólidas chances de assumir a prefeitura. Se for Serra versus Haddad, o pau vai comer. Nesse caso, a eleição de prefeito em 2012 repetirá a de senador em 2010. Netinho de Paula (PC do B) atravessou a campanha na liderança, mas Marta e Aloysio Nunes Ferreira (que era o terceiro) venceram. Está em jogo a polaridade PT-PSDB. Se resistir em São Paulo, terá sobrevida no país, mas não será mais a mesma. PMDB e PSB estão à espreita. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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