Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Carlos Heitor Cony

Solução à vista

RIO DE JANEIRO - Estamos numa boa em termos institucionais. Com a briga entre o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados, parece que, desta vez, vamos àquilo que antigamente diziam ser as "vias de fato".

Afinal, quem tem o poder de cassar mandatos? Excetuando os comandos militares, que, de vez em quando, assumem essa prerrogativa durante os regimes de força, a questão está para ser resolvida nos próximos dias e não deixa de ser emocionante. Acredito que tenha uma solução pacífica e seja até mesmo o início de uma nova era republicana.

Usando de seus poderes constitucionais, o Supremo cassaria todos os poderes do Congresso e, ao mesmo tempo, o Congresso votaria, em caráter de urgência urgentíssima, a extinção do próprio Supremo, que não mais seria o guardião da Constituição, deixando de existir. Uma questão de maioria (base aliada e oposição) que seria resolvida com a convocação de uma Constituinte "ad hoc" e para fim específico. O Poder Legislativo acabaria com o Supremo e o Supremo acabaria com o Congresso.

Sem dois dos três Poderes republicanos, o Executivo ficaria com o poder de executar o nada. A presidente inauguraria obras que nem começariam e decretaria luto oficial quando necessário. Entregue a si mesma, a sociedade teria de se virar, com plena e total liberdade para prosperar ou se afundar definitivamente, sendo certo que continuaria na mesma.

Já lembrei anteriormente o velhinho do Iseb. Após uma noite de debates entre sociólogos, economistas e cientistas políticos, lá pela madrugada levantou o dedo para pedir a palavra. E disse: "Tá tudo muito confuso. Temo que não dê certo!". Com as sugestões que dei acima, tudo ficaria mais claro. Assim mesmo, não daria certo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página