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Congresso
"Penso que nas reportagens sobre a volta do recesso parlamentar,
em que só nove deputados registraram presença, seria muito importante que os nomes dos presentes
fossem publicados -embora esses
parlamentares não tenham feito
mais do que a obrigação deles. Os
políticos que cumprem seus papéis
com dignidade e correção, que podem ser contados com os dedos,
nunca são alvos de manchetes."
JOSÉ DO CARMO TOLEDO (São João del-Rei, MG)
Edemar
"A Folha informou (Cotidiano,
1/ 8) que duas esculturas do artista
plástico italiano Galileo Emendabili, colocadas em uma praça pública
de São Paulo por ordem do juiz
Fausto De Sanctis, teriam pertencido a mim e que teriam sido confiscadas pela União para pagar dívidas
do Banco Santos. Tais obras continuam sendo de propriedade indireta de minha esposa, Márcia, visto
integrarem o ativo da empresa "Cid
Collection", por ela controlada, embora tenham sido seqüestradas judicialmente e entregues aos cuidados da Secretaria da Cultura do Estado. O perdimento de tais obras
em favor da União somente ocorrerá se e quando a sentença condenatória do juiz transitar em julgado."
EDEMAR CID FERREIRA (São Paulo, SP)
Fumo
"A reportagem de Gustavo Patu
(Dinheiro, 1/8) mostra que a passagem de Jorge Rachid pela cúpula
da Receita coincide com o período
de maior aumento da carga tributária brasileira. Curiosamente, durante esse período a arrecadação
sobre o cigarro continuou caindo.
Se em 1998 a arrecadação do IPI-cigarro correspondia a 1,82% da receita do governo federal, em 2005
ela correspondeu a 0,46%. A relação IPI/preço do cigarro passou de
42,5% para menos de 25% -queda
de quase 20 pontos percentuais. O
Banco Mundial e a OMS recomendam o aumento dos impostos de
produtos fumígenos para desestímulo ao consumo e compensação
parcial dos gastos públicos com
saúde, medida que surpreendentemente não tem ocorrido aos elaboradores de políticas tributárias."
CLARISSA MENEZES HOMSI (São Paulo, SP)
Desmatamento
"A divergência sobre o desmate
na Amazônia entre os dados do Deter (do Inpe) e do SAD (do Imazon),
ambos baseados em imagens de um
mesmo satélite (Terra), carece de
explicação. O primeiro, que detecta
corte raso e degradação progressiva
da floresta, assegura uma queda de
20,1% do desmatamento no mês de
junho em relação a maio. O segundo, que afere apenas o corte raso,
reluta num aumento de 108%. Ora,
não é possível que a degradação
progressiva da Amazônia tenha caído tanto num período tão curto, a
ponto de culminar numa redução
tão abruta dos dados do Inpe, compensando inclusive o aumento do
corte raso verificado pelo Imazon.
Ao que parece, o governo determinou uma revisão dos dados do Deter para matar dois coelhos numa
só tacada: 1) arrefecer a pressão do
agronegócio -leia-se Blairo Maggi;
2) coonestar a política ambiental do
governo -leia-se Carlos Minc."
EDVANILSON DE ARAÚJO LIMA (Goiânia, GO)
Poluição
"As mudanças climáticas provocadas pela poluição fazem que o
país tenha um dos invernos mais
secos dos últimos tempos -São
Paulo teve o julho mais seco desde
1943. Enquanto isso, a Petrobras e a
Anfavea ignoraram uma resolução
de 2002 para a redução das emissões de poluentes, pela qual tinham
seis anos para modificar a quantidade de enxofre no diesel brasileiro
e adaptar os motores a esse combustível. É inadmissível que o Mistério do Meio Ambiente aceite isso.
Espero que o Ministério Público tome medidas exemplares para mostrar que essa irresponsabilidade social e ambiental não ficará impune."
JOSÉ VALTER MARTINS DE ALMEIDA (São Paulo, SP)
Pingüins
"Chegamos finalmente ao fundo
do poço da pouca vergonha. Na Bahia algumas pessoas estão vendendo os pingüins da Patagônia que tiveram a infeliz idéia de vir até o Brasil sentir o calor "humano" de nossos
companheiros. Só alguém com um
problema para lá de sério pode tentar vender pingüins. Como as nossas leis só pegam batedores de carteira, talvez alguém ainda vá preso,
mas como aqui se rouba de tudo e
nada acontece, espero que não comecem a roubar bichos de nossos
zoológicos, algo que já aconteceu
num passado não muito distante."
ANTONIO JOSÉ G. MARQUES (São Paulo, SP)
Tortura
"Mesmo tendo na mocidade militado no oposição universitária nos
anos de chumbo da ditadura, não
concordo com a posição do ministro da Justiça de querer, após mais
de 30 anos, punir os torturadores
remanescentes daquele período negro da nossa história.Tal volta ao
passado, como falava o poeta Pedro
Nava, é "como um farol traseiro em
um carro, que para nada serve".
Com tantos problemas que temos
hoje, resta olhar para frente e deixar para a história analisar e julgar
os acontecimentos daqueles idos."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, RJ)
Advogados
"Ser inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão é uma prerrogativa já garantida aos advogados pela Constituição. No entanto, tornar inviolável
também o local onde o mesmo
exerce a função, sob a alegação de
sigilo profissional ou defesa dos interesses dos clientes, é ignorar que
a casa do cidadão comum também é
inviolável, mas que pode ser adentrada em condições permitidas por
lei. Mediante provas cabais de que
um cidadão cometeu um delito,
protegê-lo ou proteger seu local de
trabalho, porque o mesmo exerce a
advocacia, é um argumento inaceitável para a sociedade brasileira."
GABRIEL FERNANDES (Recife, PE)
Sabesp
"Em relação à reportagem "Sabesp contrata empresa de consultoria ligada a diretor" (Cotidiano,
26/7), o correto seria afirmar que a
Sabesp contrata diretor que foi ligado a empresa de consultoria. O
diretor Marcelo Salles Holanda de
Freitas havia trabalhado na Sabesp
entre 1985 e 2001. Ele foi sócio da
Etep entre 2004 e 12 de janeiro de
2007, quando se desligou da empresa para compor a atual diretoria
da Sabesp, sendo empossado em 16
de janeiro de 2007. O desligamento
da Etep foi registrado pela Junta
Comercial de São Paulo em 17 de
maio de 2007. Nesse período, a Sabesp não firmou novos contratos
com a Etep. Quanto à permanência
do nome de Marcelo Salles como
um dos responsáveis técnicos do
Consórcio Etep/BBL perante o registro do Crea, sem ter sido um dos
subscritores do contrato, caberia a
Etep ter cumprido a ação de exclusão do seu nome junto ao órgão."
RAUL CHRISTIANO, superintendente de Comunicação da Sabesp (São Paulo, SP)
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