São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Impensável
"Li o impactante artigo de Maria Rita Kehl de domingo ("O impensável", "Tendências/Debates", pág. A3) e senti vergonha de mim mesma. A omissão é uma forma de sermos coniventes com a truculência policial. Todos temos medo do Estado armado e nada fazemos para enfrentá-lo.
O Ministério Público age no cotidiano, no caso a caso. Mas precisa, urgentemente, tomar pé dessa ideologia policial que diferencia pobres e negros de ricos e brancos. Afinal, por que lutamos tanto para fazer constar da Constituição que é função institucional do Ministério Público "exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar'?.
Essa lei até hoje não existe. Possivelmente porque a corporação policial brasileira -que luta no Congresso Nacional pela sua equiparação aos membros do MP- tem horror a pensar que promotores de Justiça possam vir a controlá-la.
No caso em tela, dirão que foi um tenente do Exército o culpado pela violência, e não um policial. É verdade. Mas esse tenente estava realizando atividade policial. Se a ideologia policial não fosse a de prender e arrebentar, possivelmente ele não se arriscaria tanto."
INÊS DO AMARAL BUSCHEL , promotora de Justiça aposentada (São Paulo, SP)

PSDB
"A Folha insiste em ignorar o fato de que a candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura tem o apoio da ampla maioria do PSDB e foi aprovada em uma convenção histórica por cerca de 90% dos votos.
Ao informar em manchete que o PSDB lança Alckmin em convenção esvaziada (Primeira Página, ontem), o jornal, incompreensivelmente, tenta passar uma impressão equivocada, como mostram os próprios números da convenção. A convenção de domingo registrou recorde histórico de eleitores; do total de 1.344 delegados, 1.164 compareceram e votaram, 2,5 vezes mais do que a média das convenções anteriores; a pré-candidatura de Alckmin, já aprovada por unanimidade na Executiva Municipal do PSDB, foi reconfirmada por praticamente 90% dos convencionais.
Se mais de 80% deles compareceram e votaram, classificar a convenção paulistana de esvaziada é, no mínimo, uma visão equivocada."
JULIO SEMEGHINI , vice-presidente do Diretório Municipal de São Paulo (São Paulo, SP)

Educação
"Em relação a pergunta feita a Geraldo Alckmin na entrevista "Não há racha, só lasca; minha vitória favorece nome de Serra para 2010" (Brasil, 21/6), gostaria de informar que tenho grande respeito pelo ex-governador, que considero um homem público extremamente sério e dedicado. Em nenhum momento critiquei a sua gestão.
O fato é que, apesar do enorme esforço da Secretaria de Educação nos últimos anos, com políticas de valorização dos professores e significativos investimentos em programas de formação e de capacitação, os resultados de desempenho dos alunos melhoraram pouco ou estão estagnados, como demonstram avaliações estaduais e nacionais.
Toda política pública requer permanente avaliação e aprimoramento, e é isso que estamos fazendo. Reconheço a importância e a seriedade das ações desenvolvidas pelos que nos precederam. Cabe, contudo, ao gestor público, fazer as correções de curso necessárias para que as ações da secretaria sejam permanentemente aperfeiçoadas e atinjam o nosso principal objetivo: o direito de o aluno aprender -e aprender com qualidade.
O assunto é complexo e deve ser contextualizado para evitar interpretações equivocadas."
MARIA HELENA GUIMARÃES DE CASTRO , secretária de Estado da Educação (São Paulo, SP)

Paulo Coelho
"Quando eu informei ao Fernando Morais que copiara um texto de Carlos Heitor Cony (lembrem-se, a informação foi dada por mim) para conseguir um estágio em um jornal de Sergipe, esqueci que esclarecer algo: em plena ditadura, não se andava com recortes de manifestos contra os militares no bolso ("Histórias de plágio", Opinião, 19/6). Assim, o que fiz foi assinar um texto que guardava na memória, dado o seu impacto e a sua lucidez.
Qualquer erro nesta cópia se deve exclusivamente à minha memória, e não ao contundente artigo publicado no "Correio da Manhã".
Isso dito, gostaria de corrigir o articulista num ponto: "Nada tenho contra. Lamento apenas a falta de gosto ou de informação do Paulo".
Cony é atualmente um dos maiores escritores vivos, um homem brilhante, independente, capaz de me impressionar quando tinha 21 anos e continuar me impressionando ainda hoje."
PAULO COELHO , escritor (São Paulo, SP)

Modelo "obesa"
"Revoltante a declaração de Maria Prata em "Peso de top tcheca é maior polêmica da SPFW" (Cotidiano, 21/6). Dizer que Karolina Kurkova está gorda e feia por causa de celulite é irresponsabilidade.
Como editora de uma das principais revistas de moda do país, ela não pode sair por aí falando esse tipo de coisa. Ela e o stylist Paulo Martinez merecem algum tipo de retaliação do "mundinho fashion", que tanto tem se preocupado em dizer que é grande empregador e que tem responsabilidade social.
O jornal, apesar de um pequeno contraponto, precisa discutir amplamente esse assunto. Tais declarações não podem ficar impunes. Uma coisa é a modelo estar fora dos (ridículos) padrões de passarela, outra é dizer que ela está gorda e obesa.
Paulo Martinez, Maria Prata e tantos outros sofrem de inanição intelectual."
LUIZ PATTOLI (São Paulo, SP)

Negro na TV
"A idéia da Globo de pôr em novela um fictício deputado negro corrupto mostra a opção da emissora pelo uso da polêmica para levantar a audiência. Fica evidente a falta de criatividade e qualidade do roteiro.
Há quantos deputados(as) negros eleitos? Quantos estavam envolvidos nos últimos escândalos? Mas a maior decepção está na atitude do ator Milton Gonçalves, um grande militante negro. Ele tem experiência suficiente para saber das conseqüências do papel no imaginário da população, que muitas vezes tem nas telenovelas sua única forma de entretenimento. É difícil acreditar que isso não vá gerar mais preconceito racial.
Para que houvesse condições de surgir um Barack Obama, os atores afro-americanos, por décadas, se recusaram a interpretar apenas os vilões, em nome da preservação da auto-estima do povo negro.
Nada contra o ator. Ele apenas segue a linha de uma emissora que é contra as cotas para negros."
MARCO ANTONIO DOS SANTOS , membro do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado (Bebedouro, SP)

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