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Impensável
"Li o impactante artigo de Maria
Rita Kehl de domingo ("O impensável", "Tendências/Debates", pág. A3)
e senti vergonha de mim mesma.
A omissão é uma forma de sermos coniventes com a truculência
policial. Todos temos medo do Estado armado e nada fazemos para
enfrentá-lo.
O Ministério Público age no cotidiano, no caso a caso. Mas precisa,
urgentemente, tomar pé dessa
ideologia policial que diferencia pobres e negros de ricos e brancos.
Afinal, por que lutamos tanto para fazer constar da Constituição
que é função institucional do Ministério Público "exercer o controle
externo da atividade policial, na
forma da lei complementar'?.
Essa lei até hoje não existe. Possivelmente porque a corporação policial brasileira -que luta no Congresso Nacional pela sua equiparação aos membros do MP- tem horror a pensar que promotores de
Justiça possam vir a controlá-la.
No caso em tela, dirão que foi um
tenente do Exército o culpado pela
violência, e não um policial. É verdade. Mas esse tenente estava realizando atividade policial.
Se a ideologia policial não fosse a
de prender e arrebentar, possivelmente ele não se arriscaria tanto."
INÊS DO AMARAL BUSCHEL , promotora de Justiça
aposentada (São Paulo, SP)
PSDB
"A Folha insiste em ignorar o fato de que a candidatura de Geraldo
Alckmin à prefeitura tem o apoio
da ampla maioria do PSDB e foi
aprovada em uma convenção histórica por cerca de 90% dos votos.
Ao informar em manchete que o
PSDB lança Alckmin em convenção
esvaziada (Primeira Página, ontem), o jornal, incompreensivelmente, tenta passar uma impressão
equivocada, como mostram os próprios números da convenção.
A convenção de domingo registrou recorde histórico de eleitores;
do total de 1.344 delegados, 1.164
compareceram e votaram, 2,5 vezes
mais do que a média das convenções anteriores; a pré-candidatura
de Alckmin, já aprovada por unanimidade na Executiva Municipal do
PSDB, foi reconfirmada por praticamente 90% dos convencionais.
Se mais de 80% deles compareceram e votaram, classificar a convenção paulistana de esvaziada é,
no mínimo, uma visão equivocada."
JULIO SEMEGHINI , vice-presidente do Diretório
Municipal de São Paulo (São Paulo, SP)
Educação
"Em relação a pergunta feita a
Geraldo Alckmin na entrevista "Não
há racha, só lasca; minha vitória favorece nome de Serra para 2010"
(Brasil, 21/6), gostaria de informar
que tenho grande respeito pelo ex-governador, que considero um homem público extremamente sério e
dedicado. Em nenhum momento
critiquei a sua gestão.
O fato é que, apesar do enorme
esforço da Secretaria de Educação
nos últimos anos, com políticas de
valorização dos professores e significativos investimentos em programas de formação e de capacitação,
os resultados de desempenho dos
alunos melhoraram pouco ou estão
estagnados, como demonstram
avaliações estaduais e nacionais.
Toda política pública requer permanente avaliação e aprimoramento, e é isso que estamos fazendo.
Reconheço a importância e a seriedade das ações desenvolvidas
pelos que nos precederam. Cabe,
contudo, ao gestor público, fazer as
correções de curso necessárias para
que as ações da secretaria sejam
permanentemente aperfeiçoadas e
atinjam o nosso principal objetivo:
o direito de o aluno aprender -e
aprender com qualidade.
O assunto é complexo e deve ser
contextualizado para evitar interpretações equivocadas."
MARIA HELENA GUIMARÃES DE CASTRO , secretária
de Estado da Educação (São Paulo, SP)
Paulo Coelho
"Quando eu informei ao Fernando Morais que copiara um texto de
Carlos Heitor Cony (lembrem-se, a
informação foi dada por mim) para
conseguir um estágio em um jornal
de Sergipe, esqueci que esclarecer
algo: em plena ditadura, não se andava com recortes de manifestos
contra os militares no bolso ("Histórias de plágio", Opinião, 19/6).
Assim, o que fiz foi assinar um
texto que guardava na memória,
dado o seu impacto e a sua lucidez.
Qualquer erro nesta cópia se deve
exclusivamente à minha memória,
e não ao contundente artigo publicado no "Correio da Manhã".
Isso dito, gostaria de corrigir o
articulista num ponto: "Nada tenho
contra. Lamento apenas a falta de
gosto ou de informação do Paulo".
Cony é atualmente um dos maiores escritores vivos, um homem
brilhante, independente, capaz de
me impressionar quando tinha 21
anos e continuar me impressionando ainda hoje."
PAULO COELHO , escritor (São Paulo, SP)
Modelo "obesa"
"Revoltante a declaração de Maria Prata em "Peso de top tcheca é
maior polêmica da SPFW" (Cotidiano, 21/6). Dizer que Karolina
Kurkova está gorda e feia por causa
de celulite é irresponsabilidade.
Como editora de uma das principais revistas de moda do país, ela
não pode sair por aí falando esse tipo de coisa. Ela e o stylist Paulo
Martinez merecem algum tipo de
retaliação do "mundinho fashion",
que tanto tem se preocupado em dizer que é grande empregador e que
tem responsabilidade social.
O jornal, apesar de um pequeno
contraponto, precisa discutir amplamente esse assunto. Tais declarações não podem ficar impunes.
Uma coisa é a modelo estar fora
dos (ridículos) padrões de passarela, outra é dizer que ela está gorda e
obesa.
Paulo Martinez, Maria Prata e
tantos outros sofrem de inanição
intelectual."
LUIZ PATTOLI (São Paulo, SP)
Negro na TV
"A idéia da Globo de pôr em novela um fictício deputado negro corrupto mostra a opção da emissora
pelo uso da polêmica para levantar
a audiência. Fica evidente a falta de
criatividade e qualidade do roteiro.
Há quantos deputados(as) negros
eleitos? Quantos estavam envolvidos nos últimos escândalos?
Mas a maior decepção está na atitude do ator Milton Gonçalves, um
grande militante negro. Ele tem experiência suficiente para saber das
conseqüências do papel no imaginário da população, que muitas vezes tem nas telenovelas sua única
forma de entretenimento. É difícil
acreditar que isso não vá gerar mais
preconceito racial.
Para que houvesse condições de
surgir um Barack Obama, os atores
afro-americanos, por décadas, se
recusaram a interpretar apenas os
vilões, em nome da preservação da
auto-estima do povo negro.
Nada contra o ator. Ele apenas segue a linha de uma emissora que é
contra as cotas para negros."
MARCO ANTONIO DOS SANTOS , membro do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado (Bebedouro, SP)
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