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Anencefalia
"A discussão da anencefalia no
Brasil não pode ser baseada em fundamentalismos.
Por detrás da tentativa de criminalização do aborto de fetos anencefálicos se esconde a pretensão do
Estado de legislar sobre o que está
certo ou errado em questões que
não são da sua incumbência.
A rigor, esse paternalismo é invasivo da esfera mais íntima do "self".
Não se trata aqui de um debate ético, político ou religioso, mas de permitir ou não, aos cidadãos, o exercício da mais básica liberdade, que
consiste em que cada um decida de
acordo com a sua consciência o que
é melhor fazer em questões do foro
íntimo. O Estado aqui não deve interferir."
HÉCTOR RICARDO LEIS, doutor em filosofia pela
PUC-RJ e professor de ciência política na UFSC
(Florianópolis, SC)
"Diante de pacientes grávidas
que não desejam prosseguir com a
gestação de um feto anencéfalo,
qual é a real função do médico?
Não podemos ter fórmulas prontas, receitas e condutas estereotipadas, mas, sim, ver a realidade da situação e os aspectos emocionais
-nossos e de nossa paciente.
Nossas limitações devem ser colocadas nesta relação, de forma que
possamos ajudá-la a elaborar melhor seus sentimentos para que
possa decidir.
E qual deveria ser a real função do
Judiciário? Em tese, sugerir leis
afetivas que tragam o alívio dos
conflitos, e não colocar estas mulheres sob tortura por meses e,
emocionalmente, por anos."
JOSÉ ANTÔNIO JORDÃO DE ARAÚJO RIBEIRO NETO,
médico obstetra e ginecologista (São Paulo, SP)
Com as próprias mãos
"Sobre o artigo de Fernando Navarro de ontem ("A cultura de um
povo", "Tendências/Debates"), é curioso ver um advogado defender o
direito de se fazer justiça com as
próprias mãos sem haver o devido
processo legal, algo presente em
qualquer país com sistema jurídico
minimamente estruturado, qualquer que seja a cultura de seu povo.
Se posso punir com pena de morte autores de furto a residências,
que outros crimes o senhor Navarro imagina que nós, "cidadãos honestos", deveríamos poder resolver
sem medo de sofrermos sanções?
Pergunto por interesse próprio,
já que no meu dia-a-dia também vejo diversos crimes em andamento,
aos quais a Justiça não parece dar
suficientemente atenção.
Preciso agir rapidamente, antes
que o governo cerceie mais um direito dos "cidadãos honestos': o de
formar milícias.
Por ter morado no Texas, não me
surpreende que muitos americanos
defendam, como resposta aos tiroteios que ocorreram em universidades nos últimos anos, que aos alunos seja dado o direito de entrarem
armados nas salas de aula - final,
raciocinam, se todos os alunos estivessem armados, o atirador inicial
teria sido "neutralizado" rapidamente após seu primeiro tiro."
FABIO STORINO, especialista em segurança
pública (São Paulo, SP)
Assunto premente
"Parabenizo João Pereira Coutinho pelo ótimo artigo "Debate
quente, cabeça fria" (Ilustrada, ontem). Realmente, há causas mais
prementes do que o combate ao
aquecimento global -entre elas a
educação.
Prefiro viver 50 anos em um país
poluído, mas com pessoas educadas, a chegar aos 100 anos rodeado
de ignorantes e insensatos."
HÉLIO RICARDO RIBEIRO (Sorocaba, SP)
Eleição
"Bastou que as pesquisas mostrassem oscilação da candidatura
do PSDB à Prefeitura de São Paulo e
críticas ácidas, tendenciosas e aparentemente ensaiadas destacaram-se em alguns setores da imprensa.
Geraldo Alckmin é legitimamente o candidato da imensa maioria do
PSDB -da cúpula e das bases-, e se
coligou com um aliado histórico e
leal -PTB de São Paulo- sem negociar vantagens ou compromissos
inconfessáveis.
Seu programa de governo espelha
a realidade da capital paulista e traz
propostas viáveis para melhorar a
vida dos paulistanos.
Ao disparar flechas envenenadas,
o jornalista Fernando de Barros e
Silva ("Veneno eleitoral", 25/8) errou completamente o alvo, porque
enxergou apenas plumas que Geraldo Alckmin jamais ostentou em sua
austera e transparente carreira de
homem público."
SILVIO TORRES, deputado federal -PSDB
(Brasília, DF)
"São de extrema deselegância as
afirmativas de Fernando de Barros
e Silva no artigo "Veneno eleitoral".
Não é de boa prática, entre pessoas civilizadas, fazer qualificações
sobre um partido e seus membros
como "turma da pesada" sem o conhecimento devido do trabalho que
vem sendo empreendido.
O PTB, através de seu presidente
estadual, deputado Campos Machado, está se transformando no
mais moderno partido que este Estado já teve, com uma estrutura invejável e com pessoas que vestem a
camisa, como se estivessem cuidando de suas famílias."
JORGE ROBERTO PAGURA, presidente do Departamento de Esporte e Saúde do PTB (São Paulo,
SP)
Ensino
"É absurda a ligação que a Folha
fez entre o meu nome e o do deputado Walter Feldman ("Governo de
São Paulo loteia diretorias de ensino", Cotidiano, 21/8).
Sou dirigente de ensino em Guarulhos (na região norte) desde
1999, após passar por processo seletivo iniciado pela ex-secretária
Rose Neubauer. Fiquei em terceiro
lugar no processo, fato que pode ser
comprovado pelo "Diário Oficial" do
Estado de São Paulo da época. Com
a saída dos dois candidatos à minha
frente, assumi o cargo.
São nove anos de dedicação por
uma educação melhor nas escolas
estaduais de Guarulhos, até que
uma apuração desse tipo venha jogar por terra a construção de um
projeto de vida.
Respeito o deputado Feldman,
mas não o conheço. Como ele mesmo afirmou, não há nenhuma ligação entre ele e a minha conquista."
VERA LÚCIA DE JESUS CURRIEL, dirigente regional
de ensino Guarulhos Norte (Guarulhos, SP)
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