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PAINEL DO LEITOR
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Goebbels
"A propósito da discussão de
quem inventou o "mentir, mentir,
que sempre fica alguma coisa", atribuído a Joseph Goebbels, achei a
idéia muito interessante. Continuei
a folhear o jornal e vi que estava desatualizado e muitos já sabiam disso. "Agi de forma franca e transparente", diz prefeito pego tentando
melhorar o desempenho no Datafolha. "Marta diz que não vai explorar
ação contra Kassab", sobre a lista
dos candidatos com processos. "Eu
apóio a lei. O que nós queremos é
aprimorar a legislação", do presidente do sindicato dos hotéis, restaurantes e bares querendo alterar
a lei seca, que está diminuindo os
acidentes. "Não penso em dinheiro",
diz Ronaldinho, após girar o mundo
inteiro em eventos promocionais.
Fiquei esperto e já dei um Goebbels
na patroa. "Não, não fui eu que deixei a toalha molhada no chão"!"
WALLACE WELLS (São Paulo, SP)
Fome
"Alguns leitores reagiram ao meu
artigo "Fome" ("Tendências/Debates", 23/7), desautorizando-me porque a discussão deveria ficar restrita a especialistas. Em vez de se discordar com argumentos, desqualifica-se o discurso com ironia e deboche. Há quem ainda prefira se alimentar da fome no Brasil em vez de
tratar o pouco do que resta dela.
Buscam-se empregos, bilheteria e
votos. Não tenho compromisso
com isso, mas com as pesquisas, que
estudo. Marta Battaglia Custodio
("Painel do Leitor", 25/7) escreveu
que há uma relação entre desnutrição infantil e obesidade na vida
adulta. E daí? Mesmo aqueles que
foram desnutridos na infância só se
tornarão obesos se ingerirem mais
e não menos calorias do que necessitam. Ou seja, a obesidade, em
qualquer caso, continua sendo um
indicador da não-exposição da população à fome."
ALI KAMEL , jornalista (Rio de Janeiro, RJ)
Ficha suja
"Sobre o artigo "Presunção de
inocência atropelada" (de Arnaldo
Malheiros Filho, "Tendências/Debates", 26/7), é bom que se esclareça
o seguinte: quando o Ministério Público ajuíza ação penal ou de improbidade administrativa contra um
político, o faz com base em provas
que indiquem sérios indícios de autoria e prova de que um crime ou
ato ímprobo efetivamente ocorreu.
Ação apresentada com base em mera suspeita pode ser rejeitada liminarmente pelo juiz por falta do que
chamamos "justa causa".
O que o advogado Arnaldo Malheiros Filho chamou de "simples
ações de improbidade" são demandas que, na verdade, atribuem a políticos, sempre com base em provas
colhidas no curso de uma investigação, atos gravíssimos tais como desvio de dinheiro público, fraude em
licitação, nepotismo, entre outros.
Não são raras as vezes em que o ato
improbo constitui também um crime. Tão grave é o ato de improbidade que, em alguns países asiáticos,
políticos acusados do seu cometimento terminam por se suicidar,
tamanha a vergonha que os assola
pela traição ao mandato que lhes foi
conferido."
ELOISA DE SOUSA ARRUDA , procuradora de Justiça
(São Paulo, SP)
"Não sou político, mas, em respeito ao cidadão politizado, quero
aplaudir o texto do artigo "Presunção de inocência atropelada", do criminalista Arnaldo Malheiros Filho,
por entender que a verdadeira justiça não se faz com holofotes nem
desrespeito às garantias constitucionais, e, sim, com ponderação,
equilíbrio e consciência ética, para
que não sejamos eventuais vítimas
amanhã."
BISMAEL B. MORAES (Guarulhos, SP)
"Socorro! Vou chamar o Procon!
Candidatos ficha-suja querendo se
passar por ficha-limpa! Vamos ler
os rótulos antes de votar!"
CLÉA MARIA GRANADEIRO CORRÊA (São Paulo, SP)
Lei seca
"É grande o interesse na mudança das regras fixadas pela lei seca
por segmentos da sociedade. Por isso, a sociedade precisa ficar atenta
aos movimentos da poderosa indústria de bebidas, sobretudo da
cerveja, na tentativa de "flexibilizar", nos tribunais, a lei que restringe uso de álcool pelos condutores
de veículos."
JOSÉ SUNAHARA (Maringá, PR)
Judiar
"Desejo externar meu desconforto e insatisfação (para não dizer, indignação) diante da maneira deselegante, politicamente incorreta e
preconceituosa da manchete de Esportes (25/7) onde se lê: "Após afago, Luxemburgo judia do Santos de Cuca". Essa expressão, embora ainda conste, lamentavelmente, dos
dicionários de língua portuguesa,
representa uma afronta a uma comunidade étnica e religiosa (judia)
que tantos benefícios e progressos
trouxe e traz à humanidade."
HENRIQUE JOSEF (São Paulo, SP)
Quadrinhos
"Sou um grande fã do Angeli e do
Laerte. Até hoje guardo com nostalgia as minhas coleções de "Piratas
do Tietê" e "Chiclete com Banana".
Mas tenho que confessar que os
quadrinhos por eles publicados na
Ilustrada são o espelho de artistas
em fase de pouca ou nenhuma criatividade. Já é sofrível ler uma quantidade enorme de notícias ruins;
quando se tenta extravasar, depara-se com quadrinhos vazios e de gosto
duvidoso. O Laerte abusa da nudez
despropositada em seus quadrinhos sem sentido e o Angeli exagera
com seus "esboços" sem conteúdo.
Me dói no coração sugerir isto. Mas
acho que eles deveriam ceder espaço para artistas mais comprometidos e com maior consistência em
suas mensagens."
JOSÉ ROBERTO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE (Itaquaquecetuba, SP)
Direitos humanos
"Após a leitura da coluna de Antonio Cicero (Ilustrada, 26/7), fica
fácil entender o motivo pelo qual é
difícil a alguns policiais militares
compreenderem o conceito de direitos humanos. O mantra repetido
"ad nauseum" por setores reacionários da corporação é que direitos
humanos são destinados apenas
aos humanos direitos.
Ora, quando a Polícia Militar
aceita trabalhar em condições precárias, correndo alto risco, sem
acompanhamento psicológico, mal
preparada e treinada e, sobretudo,
recebendo baixos salários, é sinal
de que não se reconhece como grupo de humanos direitos, merecedores de um trabalho em condições
dignas e remuneração adequada."
ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (São Paulo, SP)
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