São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011 |
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KENNETH MAXWELL Notícias demais É difícil compreender a conjunção de desastres naturais e os causados pelo homem que marcaram o ano até agora. O atentado a bomba de Anders Behring Breivik em Oslo e as dezenas de pessoas que ele matou na ilha de Utoeya, a maioria adolescentes, são só a tragédia mais recente. Em janeiro, o levante tunisiano forçou o ditador Zine el Abidine Ben Ali a fugir do país. Depois, em fevereiro, veio o terremoto de Christchurch, na Nova Zelândia. Em março, houve um terremoto e um tsunami no Japão, o maior e mais custoso desastre para o país desde Hiroshima e Nagasaki. Como consequência do abalo, surgiu o risco de desastre nuclear na usina Fukushima Daiichi. Em seguida aconteceu a Primavera Árabe, com multidões mobilizadas nas ruas de Alexandria e do Cairo. Hosni Mubarak, que governou o Egito por décadas, foi derrubado. França e Reino Unido antecipavam que Muammar Gaddafi caísse rapidamente na Líbia, e a Otan interveio em apoio aos rebeldes do leste do país. Mas o coronel Gaddafi resistiu e continua no poder em Trípoli, a despeito do bombardeio continuado de aviões aliados contra suas forças. A oposição no Bahrein foi brutalmente reprimida, e com assistência militar saudita. Os EUA, preocupados simultaneamente com a base de sua Quinta Frota no Bahrein e com o Irã, aceitaram a repressão aos revoltosos do emirado. Bashar Assad, na Síria, também resistiu à Primavera Árabe. Como Gaddafi, continua a fazê-lo, usando a força bruta, mas sem qualquer assistência externa aos seus oponentes. Em abril, tornados varreram o sul e o centro-oeste dos EUA. Em maio, Osama bin Laden foi assassinado por forças especiais norte-americanas em um ataque audacioso no interior do Paquistão. No mesmo mês, Dominique Strauss-Kahn, então chefe do FMI, foi forçado a desembarcar no aeroporto JFK, em Nova York, de um avião da Air France que decolaria para Paris e preso. Foi acusado de agressão sexual a uma camareira em um hotel de Nova York. Depois, porém, que os promotores nos EUA admitiram que a história da vítima não se sustentava, e com o ataque da dispendiosa equipe legal de Strauss-Kahn aos princípios morais da acusadora, Nafissatou Diallo, a camareira decidiu revelar sua identidade e declarou à rede de TV ABC que queria que Strauss-Kahn "soubesse que há lugares em que não pode usar seu poder, não pode usar seu dinheiro". Enquanto isso, a fome ronda a Somália. A saga de Rupert Murdoch e a crise da dívida grega continuam. Nos EUA, o presidente Barack Obama e o Congresso tentam evitar um calote nos pagamentos do governo. E ainda nem chegamos ao fim de julho. KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna. Tradução de PAULO MIGLIACCI Texto Anterior: Rio de Janeiro - Cristina Grillo: Censura Próximo Texto: TENDÊNCIAS/DEBATES Ives Gandra da Silva Martins: A velhice dos tempos modernos Índice | Comunicar Erros |
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