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Eleições
"Para dizer o mínimo, foi precipitada a decisão do TSE ao revogar a
resolução que proibia a propaganda
antecipada de pré-candidatos e de
candidatos por meio de entrevista
aos meios de comunicação.
Considerando a notória isenção
da Folha e os enormes serviços
prestados ao país, também foi infeliz a decisão do magistrado que decidiu impor ao jornal a pena de
multa eleitoral por suposta propaganda em favor da pré-candidata
Marta Suplicy.
Contudo, até agora, nem a Folha
nem algum jurista enfrentou um
fato elementar: nos distantes rincões, milhares de jornais e concessões de rádio e televisão encontram-se em mãos de políticos ou de
seus familiares, que a partir de agora não terão o menor pudor em se
utilizar dos órgãos que direta ou indiretamente lhes pertencem para
alavancar suas campanhas mediante supostas entrevistas de "interesse público", aliás, em claro prejuízo
dos demais candidatos que não dispõem desses recursos de mídia."
SILVIO GONTIJO DE ABREU (Barretos, SP)
Ensino domiciliar
"Como professora, a matéria "Casal luta na Justiça para que os filhos
só estudem em casa" (Cotidiano,
27/6) me tocou. Está aí uma alternativa para os que não podem pagar os excelentes colégios privados,
como aqueles em que, certamente,
estudam os filhos dos juízes, escapando da péssima qualidade do ensino público, onde há falta de professores, de qualidade e de motivação, onde o tráfico de drogas e a delinqüência aparecem cedo. É nesse quadro que muitos alunos se socializam."
VIRGÍNIA MARIA GONÇALVES (Londrina, PR)
"Como educadora, vejo com muita preocupação essa reportagem.
Ela reflete a falência de nosso sistema educacional, da mesma forma
observada nas pessoas que adquirem armas de fogo porque não acreditam na segurança oferecida pela
polícia, ou na assunção do poder
das favelas cariocas pelos traficantes. Mais importante do que preocupar-se em punir pais preocupados em educar seus filhos de forma
digna, o governo deveria analisar o
que leva os pais a tomarem tais atitudes."
WANDERLUCY CZESZAK (Balneário Camboriú, SC)
Ruth Cardoso
"Prezado sr. Augusto de Franco,
lendo seu artigo ("Ruth", "Tendências/Debates", 26/6) versando sobre a sra. Ruth Cardoso, percebo
que em vida poucos ou quase ninguém tenha tido conhecimento do
comportamento dela. Os brasileiros em geral estão ávidos de ter um
presidente da República com esse
perfil, inclinado para o sentido estadista, no desempenho de suas funções. Lamentável que sua passagem
por este plano tenha sido menor do
que possamos crer ser necessário.
Inteligências iguais ou melhores
são o que o Brasil precisa para desenvolver seus potenciais."
FRANCISCO BEZERRA (Manaus, AM)
Indústria automotiva
"Em São José dos Campos, metalúrgicos e GM fizeram um acordo
histórico ao reduzirem o piso salarial das novas contratações ("Após
impasse, GM e sindicato selam
acordo", Dinheiro, 20/6). Ótimo
para manter o desemprego em queda. Por causa desse acordo a GM
realizará um investimento de meio
bilhão de dólares na fábrica, na produção de um novo carro. Assim
sendo, eu gostaria de saber se esse
investimento de meio bilhão de dólares vai ser contabilizado como
saindo do caixa da GM ou será considerado como um lucro financeiro
obtido em cima da redução do salário dos empregados. Reduzir salário para investir não será uma coisa
muito correta na nova relação entre capital e trabalho."
WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)
Bolsa Família
"Não sei por que tanta grita em
torno da elevação de R$ 6,30 na
mensalidade do Bolsa Família -vide editorial ("Bolsa eleição", 27/6).
Mal dá e talvez não dê mais para
comprar um quilo de feijão. Vimos
há poucos dias que o Brasil aumentou muito o número dos mais ricos
do mundo e ninguém reclamou. Como terá sido o procedimento dos
mais ricos em relação aos mais pobres? Sua riqueza ajudou de algum
modo a diminuir o número dos
mais pobres? Não acho justo não
conceder o aumento, em vista da inflação alimentar, somente porque
vai haver eleição neste ano."
WALDEMAR CINTRA (São Paulo, SP)
Salvatore Cacciola
"Cacciola vem aí.
Faltam poucos dias para o Principado de Mônaco extraditar Cacciola ("Cacciola deve tentar recurso no
Brasil, afirma advogado", Brasil,
27/6). Ali ele está preso por quase
10 meses só para aguardar decisão
sobre sua extradição.
Aqui ele está condenado a 13
anos de prisão, mas estou apostando que não ficará preso por mais de
15 dias. Sugiro à Folha que organize um bolão por meio de um telefone 0900 para que os leitores dêem os seus palpites sobre o tempo que
ficará efetivamente preso aqui no
Paraíso da Impunidade. Meu palpite já está dado: 15 dias. Tenho muita
chance."
JAIR L. MUNIZ (São Paulo, SP)
Bush e Mugabe
"Repugnante, para não dizer trágica, a política internacional adotada pelos EUA.
Invadem o Iraque por suposta
produção de um arsenal de armas
de destruição em massa, onde, na
verdade, imperou o fetiche pela
destruição de um ditador seguido
pela estratégia econômica internacional ligada ao produto promotor
de crises mundiais, o petróleo. O
mesmo argumento é dirigido ao Irã
e à Coréia do Norte, nomeados por
Bush como países que integram o
"Eixo do Mal'; quem faz o bem?
Mas e em Zimbábue? Não há ditador? Há eleições livres? Há petróleo? Curioso. O mundo pára para
apreciar as eleições nos EUA, mas
dá as costas às eleições que se tornam uma tragédia no país africano;
repressão e mortes em série promovidas pelo ditador Robert Mugabe são inquestionadas, assiste-se,
passivamente, ao horror produzido
pelo colapso da humanidade."
EVERALDO COSTA (São Paulo, SP)
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