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Editora suspende livro sobre Gerald Thomas

Artistas que trabalharam com o autor teatral alegam que obra relata fatos inverídicos

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

A Imprensa Oficial cancelou temporariamente o lançamento do livro "Gerald Thomas Cidadão do Mundo", de Edi Botelho, que seria realizado amanhã na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo.

A decisão foi tomada após três artistas que trabalharam com Gerald em sua Companhia de Ópera Seca, representados pela advogada Cristiane Olivieri, solicitarem o cancelamento.

"Fiquei sentido, porque trabalhei muito neste livro e jamais imaginei que o que foi dito tomaria essa dimensão", diz Botelho, que fez parte da Companhia de Ópera Seca.

Os atores Luiz Damasceno e Marcos Azevedo e o cenógrafo Domingos Varela alegam que há informações distorcidas e fatos inverídicos no livro, bem como imagens de espetáculos sem suas respectivas autorizações, o que contraria a Lei de Direito Autoral, segundo Olivieri.

O cancelamento foi negociado amigavelmente, segundo a Imprensa Oficial e segundo a advogada. Não há processo judicial e as partes ainda conversam para que a situação possa ser revertida.

Escrito por Edi Botelho, o livro reúne relatos autobiográficos do diretor e dramaturgo Gerald Thomas.

Em um dos capítulos, por exemplo, Gerald relata que Damasceno teria jogado uma cadeira contra ele, durante um ensaio. Em outro trecho, retrata Varela da seguinte forma: "é o único gay que eu conheço que espanca travestis". Ao comentar este trecho, Olivieri diz: "O problema é que bater em travestis é crime."

"O livro poderia contar a história deles mas perde essa oportunidade e acaba sendo mistura de Big Brother com ficção", diz Olivieri. "O livro distrata e desqualifica a história dos atores", prossegue.

Para Gerald, alguns dos reclamantes estão "querendo tirar partido dessa história para ficarem um pouquinho mais famosos". O artista também comentou o caso em seu blog na noite de sexta.

"A gente os inventa, os da a ilusão de que são alguma coisa e, mesmo assim, ninguém os quer: serão os eternos co-co-adjuvantes. Os outros, nem isso. De repente, pra chamar a atenção, berram: CALÚNIA, closet que são!", diz o texto no blog

No Facebook, no entanto, retratou-se com Varela, com o seguinte post: "Mil desculpas se falei algo que não devia. O que acontece é que, numa conversa informal com o Didi [Edi Botelho], a coisa sai rindo. Uma vez impressa, sai diferente. No mais, Domingos, isso jamais deveria ter saído, já que se espera que uma editora proteja as pessoas retratadas e não publique idiotices assim como falei."


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