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Costa Rica cancela contrato com empreiteira brasileira investigada
Construção de rodovia pela OAS era orçada em US$ 524 milhões
A presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, anunciou na noite de anteontem o cancelamento da concessão à empresa brasileira OAS para a construção de uma rodovia orçada em US$ 524 milhões.
No pronunciamento em que anunciou o cancelamento, em rede nacional de televisão, Chinchilla citou irregularidades que afetaram o projeto e descontentamento público e sugeriu que uma nova licitação poderá ser feita.
A decisão ocorre após protestos contra as obras. Segundo os manifestantes, o pedágio de US$ 8 (ida e volta) que passaria a ser cobrado seria muito caro e não resolveria os congestionamentos.
Também criticaram o papel do ministro de Obras Públicas, Pedro Castro, nas negociações, já que ele atuou como assessor da OAS em 2012, antes de assumir o posto.
A Folha revelou anteontem que o caso está entre as licitações vencidas por construtoras brasileiras no exterior que tiveram o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e são investigadas por suspeita de corrupção e irregularidades.
O Instituto Lula informou não saber das investigações e que não faria comentários.
O governo da Costa Rica já havia anunciado a retirada do ministro Pedro Castro das negociações com a OAS e a formação de um grupo para realizar uma auditoria técnica.
Segundo o ministério, a atualização dos preços foi estudada pela Câmara de Construção. Em 2004, a obra foi avaliada em US$ 197 milhões; hoje, em US$ 524 milhões.
A OAS não respondeu aos questionamentos da Folha.