Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ex-ministro Saulo Ramos morre aos 83

Advogado e escritor, ele foi consultor-geral da República e ocupou a pasta da Justiça no governo de José Sarney

De acordo com amigos, Ramos tinha problemas cardíacos; enterro será hoje em Brodowski (SP), sua cidade natal

DE SÃO PAULO

O jurista, escritor e ex-ministro da Justiça Saulo Ramos morreu ontem aos 83 anos.

Segundo amigos, ele tinha problemas cardíacos e fazia hemodiálise. Foi hospitalizado durante a semana, mas teve alta no sábado. Morreu em casa em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Consultor-geral da República e ministro da Justiça do governo de José Sarney (1985-1990), José Saulo Pereira Ramos deu formato jurídico às inovações de vários economistas para os planos Cruzado 1 e Cruzado 2.

Em 1992, atuou como advogado do Senado contra Fernando Collor de Mello no processo que garantiu a cassação dos direitos políticos do então presidente, que chegou a renunciar ao cargo para tentar evitar o impeachment.

No livro "Código da Vida" (ed. Planeta), publicado em 2007, Ramos entremeou a narrativa de uma defesa de um pai injustamente acusado de abusar sexualmente dos filhos com relatos de episódios da política brasileira.

Entre os fatos narrados está a renúncia do ex-presidente Jânio Quadros, do qual foi oficial de gabinete em 1961.

Na ditadura militar (1964-1985), Ramos defendeu políticos e intelectuais de esquerda processados pelo regime. Contou que, certa vez, chegou a furtar um processo da Justiça criminal para livrar um prefeito de Santos e seu chefe de gabinete.

"Há momentos em que o valor ético não está na dança de minuetos ou na observação de etiquetas, mas na salvação de vidas, de honras e das liberdades individuais", disse sobre o caso, em entrevista à Folha, em 2007.

O jurista, que se orgulhava de ter criado a Advocacia-Geral da União, relatou em suas memórias que recusou ser ministro e defensor de Collor após as denúncias de corrupção contra o então presidente.

O enterro de Ramos ocorrerá hoje, às 14h, em Brodowski, sua cidade natal.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página