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Após ação da PF, governo reavalia convênios
CGU treina equipe para pente-fino em gastos do Ministério do Trabalho; investigação detectou desvio de R$ 400 mi
Irregularidades que envolveriam mulher de ministro entram na varredura; pagamentos já estão suspensos
Todos os convênios firmados pelo Ministério do Trabalho serão analisados pela força-tarefa criada após a operação da Polícia Federal que desarticulou um esquema de desvio de recursos públicos da pasta.
Além dos técnicos do próprio ministério, a equipe que fará a análise das prestações de conta dos convênios contará com representantes de órgãos de fiscalização do governo federal.
A CGU (Corregedoria Geral da União) vai treinar o grupo que fará o pente-fino.
No sábado, o governo já havia anunciado a suspensão, por 30 dias, dos pagamentos dos 408 convênios ativos da pasta até que a situação de cada um seja analisada.
As ações anunciadas pela equipe de Manoel Dias (Trabalho) são uma reação à operação Esopo, da PF, que desarticulou na semana passada um esquema de desvio de recursos do ministério.
De acordo com as investigações, o esquema pode ter desviado cerca de R$ 400 milhões por meio do IMDC (Instituo Mundial de Desenvolvimento da Cidadania), entidade de Belo Horizonte (MG) que prestava serviços de qualificação profissional.
A entidade atuava em 11 Estados e no Distrito Federal. Seu presidente, Deivson Vidal, foi preso e teve carros, dinheiro, joias e helicóptero apreendidos. A operação levou à queda de Paulo Roberto Pinto do cargo de secretário-executivo do ministério.
Ontem, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) minimizou o envolvimento de Manoel Dias com acusações de fraude em licitação e desvio de recursos públicos na pasta.
Para Carvalho, "quem conhece o Manoel Dias sabe da seriedade dele". "Eu sinceramente não posso acreditar que haja qualquer problema com o ministro. Boa parte dos convênios que estão no Ministério do Trabalho inclusive não são da época dele", afirmou o ministro.
O Palácio do Planalto avalia, por ora, que as ações tomadas pela pasta foram suficientes para minimizar a crise, mas não nega que a situação de Dias é frágil.
EM FAMÍLIA
Um dos convênios que serão analisados pela força-tarefa é o que foi firmado pelo Estado de Santa Catarina, com dinheiro do Ministério do Trabalho, durante a gestão de Dalva Maria de Luca --mulher do ministro Dias-- na Secretaria Estadual de Assistência Social, e de Rodrigo Minotto, então coordenador estadual do Sistema Nacional de Emprego.
Ele atualmente é chefe de gabinete do ministro.
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o Tribunal de Contas de Santa Catarina teria apontado irregularidades no convênio.
Em 2010, o TCU (Tribunal de Contas da União) considerou o formato de contratação regular.