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Ministra faz maratona no Senado para manter vetos
Em última tentativa de convencer aliados, Ideli despacha no Congresso
Texto que acaba com multa extra do FGTS preocupa o Planalto; bancada do PMDB fecha questão com o governo
Em mais uma ofensiva para tentar costurar apoio para a manutenção do veto ao projeto que acaba com a multa extra do FGTS em demissões sem justa causa, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) despachou ontem no Congresso.
Responsável pela articulação política do governo, a petista passou o dia visitando as bancadas de partidos aliados que demonstram resistência ao fim da cobrança.
A ministra conversou com parlamentares do PDT, PSB e PTB. O roteiro também incluiu falas com o PR e o PSC. Nos encontros, a ministra tentava explicar, mais uma vez, eventuais atrasos na liberação do pagamento de emendas parlamentares (recursos destinados para redutos políticos programados no Orçamento da União).
Durante a retomada da votação de vetos presidenciais, no mês passado, o Planalto se comprometeu a liberar R$ 2 bilhões em emendas para atender demandas dos parlamentares.
Segundo o deputado Silvio Costa (PTB-PE), as queixas de deputados e senadores são tradicionais em visitas de ministros. Ele, no entanto, questionou a presença da ministra na Casa. "É a primeira vez que vejo uma ministra discutido voto secreto. Não é secreto? Isso é inusitado", afirmou.
No corpo a corpo, a ministra defendia a proposta alternativa do governo, que prevê que a multa adicional de 10% do FGTS em demissões sem justa causa será vinculada ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
O texto estabelece ainda que o trabalhador demitido que não for beneficiado pelo programa poderá sacar o valor na aposentadoria.
Ideli afirmou acreditar que a proposta tenha mudado o cenário para a votação, que começou na noite de ontem e teria resultado divulgado na madrugada de hoje, após a conclusão desta edição.
PMDB
A bancada do PMDB na Câmara chegou ontem com as cédulas preenchidas pela assessoria do partido para a votação dos vetos.
A medida foi tomada para tentar evitar traições entre os 81 deputados da bancada.
A orientação do voto foi distribuída após longa reunião da bancada para discutir a posição sobre o FGTS. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), tinha fechado posição com o governo e cobrou empenho dos deputados.
Alguns peemedebistas alegaram que manter a cobrança, que rende aos cofres públicos R$3,8 bilhões, seria como criar um novo imposto. A pressão para a extinção da multa é reivindicação do empresariado. "Em um momento de sangria dos cofres públicos não é possível acabar com a cobrança", disse Cunha.