Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Petista pede ações para acalmar o mercado

Em conversa na sexta, Lula disse que Dilma precisa recuperar credibilidade e dar garantias de rigor na área fiscal

Ex-presidente reclama que, em 2013, sugeriu mudança na equipe econômica, mas foi ignorado por Dilma

NATUZA NERY VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

Para manter-se fiador de Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula começou a ampliar sua influência no governo com o objetivo de garantir não só a reeleição da petista como também assegurar mudanças agora e em um eventual segundo mandato de sua sucessora.

Segundo interlocutores ouvidos pela Folha, Lula reafirmou à petista na última sexta-feira, em encontro em São Paulo, que trabalhará para conquistar a vitória nas eleições de outubro, mas que espera mudanças na condução do governo. Ambos combinaram de intensificar os encontros privados e afinar as ações na administração federal.

A aliados, o ex-presidente reclamou no passado de ter defendido, em 2013, uma mudança na equipe econômica, hoje uma das áreas mais problemáticas do governo, mas alegou não ter sido ouvido.

Pesquisa Datafolha publicada no último domingo mostrou queda de seis pontos na intenção de voto da pré-candidata e crescente pessimismo com a economia.

Nos bastidores, porém, a avaliação é que não há mais espaço até a eleição para uma troca no comando do Ministério da Fazenda. O problema é que uma substituição agora por alguém mais ortodoxo e afinado com o mercado do que o atual ministro, Guido Mantega, seria vista como admissão de erro por parte da petista.

Conforme a cobrança interna, Dilma precisa reverter o "mau humor" fazendo sinalizações a partir de já. Ontem, em entrevista a blogueiros em São Paulo, o ex-presidente verbalizou essa demanda publicamente pela primeira vez.

Uma das formas de recuperar a credibilidade é dar garantias de que o governo será rigoroso na área fiscal, na qual vem sendo acusado de ser negligente.

Quanto menos uma administração economiza, mais pressão exerce sobre a inflação. Daí a importância de convencer o mercado de que o Ministério da Fazenda e a própria presidente estão dispostos a adotar medidas para controlar os gastos públicos.

Segundo a Folha apurou, Dilma saiu "aliviada" da conversa com Lula na última sexta-feira. Conforme interlocutores, ela estava apreensiva com rumores de que o ex-presidente deseja voltar a se candidatar em outubro.

TUTOR

Nesse período, o movimento "volta, Lula" ganhou mais adeptos no PT, no mercado, no Congresso e até entre empresários, que nos bastidores vêm criticando a presidente.

A campanha corre tão forte nos bastidores que interlocutores presidenciais ponderavam ontem ser melhor uma intervenção branca de Lula que o isolamento de Dilma em relação ao padrinho.

Um auxiliar assim definiu: "Lula voltou. Não como candidato, mas como tutor do governo".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página