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Nove executivos serão processados por cartel
Acusados da Siemens, Alstom, Bombardier, TTrans e MGE passaram à condição de réus
A Justiça abriu processo criminal contra nove executivos e ex-dirigentes de empresas acusadas de formação de cartel em licitações do programa Boa Viagem, de manutenção e reforma de trens da estatal CPTM.
Com o despacho de ontem, que concluiu a primeira etapa de decisões judiciais do caso do cartel de trens, 23 dos 30 acusados pela Promotoria paulista se tornaram réus.
A 28ª Vara Criminal da capital recebeu a denúncia contra dois acusados da multinacional Siemens, um da Alstom, um da Bombardier, três da TTrans e dois da MGE.
Segundo o promotor Marcelo Mendroni, as empresas combinaram os resultados da disputa pelos lotes das licitações do programa de manutenção e reforma em 2004 e 2005. Por meio da fraude as companhias evitaram a livre concorrência que poderia reduzir os preços oferecidos à administração, diz Mendroni.
A denúncia recebida ontem pelo juiz Augusto Antonini era a única das acusações apresentadas pela Promotoria em março sobre o cartel de trens que ainda não havia sido apreciada.
Procurada pela Folha, a Siemens informa que, "por ser a autora das denúncias, deseja que todas as responsabilidades sejam apuradas".
A Alstom diz que segue um rígido código de ética e que seus contratos são obtidos em licitações nas quais a lei é respeitada. A Bombardier afirma que o executivo acusado não trabalha mais na empresa. A Folha não localizou ontem os denunciados e representantes da TTrans e da MGE.