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Dilma usa crise no Cantareira contra Alckmin
DE SÃO PAULOA presidente Dilma Rousseff (PT) fez, neste domingo (15), o mais duro ataque ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), desde que assumiu o governo federal, em 2011.
Num vídeo exibido durante a convenção que oficializou a candidatura de seu aliado Alexandre Padilha (PT) ao Palácio dos Bandeirantes, Dilma disse que "São Paulo não pode mais confiar em volume morto" e que precisa de alguém com "capacidade de fazer o que o Estado merece".
A fala foi uma crítica direta a Alckmin, que tenta a reeleição e será adversário de Padilha na campanha.
O governador enfrenta desde o início do ano uma crise hídrica que o levou a usar o volume morto do Sistema Cantareira (que abastece 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo), para evitar um racionamento de água.
Em nota, o PSDB paulista disse "relevar" a fala da presidente, "que vive um momento de desgaste perante a opinião pública enquanto o governo de São Paulo enfrenta as adversidades com êxito e apoio da população."
O objetivo da presidente com o vídeo era tentar minimizar o mal-estar que sua ausência provocou no comando da campanha de Padilha. Alguns petistas disseram, ao chegar na convenção, que só ficaram sabendo que a presidente não iria pela imprensa.
O presidente do PT, Rui Falcão, justificou a falta e disse que Dilma recebeu orientação médica para preservar a voz durante alguns dias.
O partido quer agora que ela participe de agenda ao lado de Padilha ainda neste mês, em São Paulo, para evitar especulações. A ausência de Dilma prejudicou principalmente a captação de imagens da convenção para o programa de TV do petista.
Em sua mensagem, Dilma disse que Padilha sabia o quanto ela gostaria de estar ali. Ela disse que a candidatura do petista "nasce com a marca mais forte do PT: a marca da mudança".
"São Paulo precisa conhecer a força da verdade que acontece aqui e no Brasil. O povo paulista sente que está na hora de uma chance", disse a presidente, que ressaltou que quando começar a campanha Padilha será mais conhecido. Hoje ele tem 3% das intenções de voto, segundo o Datafolha.