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Partido de Maluf abandona PT e vai apoiar Skaf em SP
PP apenas alegou que na chapa do peemedebista terá mais espaço político
Após a desistência de Henrique Meirelles, ex-prefeito Gilberto Kassab sairá ao Senado na chapa do PMDB
Três dias depois de afastar o PSD da órbita do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, impôs mais uma derrota a seus adversários nesta segunda-feira (30), convencendo o PP do ex-prefeito Paulo Maluf a abandonar a chapa do petista Alexandre Padilha.
Os dois movimentos aumentaram para cerca de 5min30s o tempo que Skaf terá para fazer propaganda em cada bloco de 20 minutos do horário eleitoral no rádio e na TV, dando a ele vantagem de alguns segundos sobre Alckmin, que concorre à reeleição.
O acordo com o PP é mais um golpe na campanha de Padilha, o ex-ministro da Saúde cuja candidatura foi lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a missão de acabar com a hegemonia dos tucanos em São Paulo, Estado que o PSDB governa há quase duas décadas.
Com 3% de intenções de voto na mais recente pesquisa do Datafolha, Padilha é pouco conhecido pelos eleitores paulistas e tem sofrido reflexos da impopularidade do prefeito da capital, o também petista Fernando Haddad.
Além disso, Padilha teve sua gestão como ministro da Saúde associada a um laboratório farmacêutico investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e sofreu outro contratempo com a revelação das ligações de um deputado estadual do PT, Luiz Moura, com a facção criminosa PCC.
O próprio Maluf havia articulado a adesão de seu partido a Padilha em junho, quando exigiu uma foto ao lado do candidato para celebrar a aliança. O ex-prefeito repetiu assim o gesto da campanha de 2012, quando condicionou o apoio a Haddad a uma foto com ele e Lula em sua casa.
Ao anunciar a aliança com Skaf nesta segunda, coube ao próprio Maluf descartar a necessidade de uma nova foto. Seu partido alegou que, com o PMDB, terá melhores condições de ampliar sua bancada na Câmara dos Deputados.
Presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Skaf tem 21% das intenções de voto na pesquisa mais recente do Datafolha. Com 44%, Alckmin teria condições de se eleger no primeiro turno.
Padilha manteve a seu lado o PR e o PC do B, aliado histórico dos petistas que também ameaçava trocá-lo por Skaf. O PC do B indicou para vice da chapa de Padilha o ex-deputado estadual e ex-sindicalista Nivaldo Santana.
O encolhimento da candidatura do ex-ministro reforçou avaliações pessimistas no PT sobre as chances do partido em São Paulo, onde a presidente Dilma Rousseff precisa de ajuda para sua campanha à reeleição. Embora o PMDB seja o principal aliado dos petistas no governo federal, Skaf já indicou que prefere manter distância de Dilma.
Num jantar com líderes do PMDB em maio, a própria presidente indicou que gostaria de contar com o apoio de Skaf em São Paulo, dizendo ter "dois candidatos" no Estado. Pouco depois, porém, Skaf declarou publicamente que não haveria lugar para Dilma em seu palanque.
O vice-presidente Michel Temer já avisou Skaf que o PMDB de São Paulo fará, sim, campanha pela presidente. Foi com ajuda de Temer que Skaf conseguiu tirar de Padilha o PDT, o Pros, o PSD e o PP, três siglas que estão com Dilma na chapa nacional.
O ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, será o candidato da chapa de Skaf ao Senado. Kassab queria ser vice de Alckmin, mas abandonou os tucanos e fechou com Skaf depois que o governador deu a vaga ao PSB.
Skaf convidara o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, do PSD, para ser o candidato ao Senado, mas ele recusou o convite. Alvo de críticas frequentes da Fiesp no período em que presidiu o BC, Meirelles foi apontado por Skaf nesta segunda-feira como seu futuro secretário da Fazenda.