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Advogado diz que foi agredido por policiais após ser detido em ato
Daniel Biral foi levado para delegacia sob suspeita de desacato; PM nega acusações
O advogado Daniel Biral diz que foi agredido e ameaçado por policiais militares após ser detido durante um protesto na noite de terça-feira (1º) na praça Roosevelt, no centro de São Paulo.
No ato, que teve um debate público sobre a prisão de dois ativistas numa manifestação anterior, a Polícia Militar usou bombas de gás e balas de borracha para dispersar um grupo de manifestantes.
Segundo a corporação, isso ocorreu após ativistas cercarem um grupo de policiais.
Integrante do grupo Advogados Ativistas, que dá assistência jurídica a manifestantes, Biral foi detido sob suspeita de desacato e liberado. Silvia Daskal, colega dele, foi levada pelo mesmo motivo.
Vídeos mostram a discussão entre Biral e um policial militar. Isso ocorreu após os dois advogados questionarem o motivo de uma PM estar sem identificação na farda.
Após a policial dizer que não era obrigada a se identificar, o advogado disse em voz alta que ela deveria, sim, por ser funcionária pública.
Nesse momento, um outro policial se aproxima, toca o advogado e pede que ele não grite. "Não encoste a mão em mim", gritou Biral. Depois de exigir os documentos do advogado, o mesmo PM o agarra pelo pescoço e o imobiliza.
De acordo com o advogado, outros dois PMs o pegaram pelo pescoço e pelas pernas. "Fui arrastado pelas escadas até me colocarem no camburão, algemado", disse.
Ele afirma ainda que outros três policiais militares deram socos em seu rosto no trajeto até o 78º DP (Jardins).
A PM nega e diz que o registro da ocorrência de desacato foi acompanhado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "A suposta vítima deve registrar ocorrência e se submeter a exame de corpo de delito para obter elementos para provar o que diz", diz a secretaria da Segurança.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a Corregedoria da PM irá investigar o caso. A OAB repudiou a ação policial.
Nesta quarta (2), outro debate que questionava a prisão de ativistas ocorreu próximo ao Tribunal de Justiça, no centro. Não houve confusão.