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Dilma entregará a taça e diz que vaias são 'ossos do ofício'
Equipe avalia que xingamentos fortaleceram presidente, e ela irá ao Maracanã
Em bate-papo pela internet, presidente homenageia Neymar e posa para foto repetindo gesto feito pelo craque
Depois de uma longa indefinição, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda (7) que entregará a taça ao capitão do time vencedor da Copa do Mundo, no domingo, no Maracanã.
Num bate-papo com internautas por meio de uma rede social, ela disse que não teme um novo constrangimento como o ocorrido no jogo de abertura, quando foi vaiada e xingada no Itaquerão. "São ossos do ofício", afirmou.
A participação de Dilma na cerimônia chegou a ser anunciada pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, na semana passada. Mas a presidente se disse surpresa e não confirmou presença.
Historicamente, chefes de Estado repassam os troféus aos campeões (leia mais abaixo), mas o receio de ser publicamente hostilizada fez com que a Dilma cogitasse não participar.
Passados alguns dias dos xingamentos no Itaquerão, no entanto, a equipe de campanha da presidente passou a avaliar que ela saiu do episódio mais forte, após ter recebido manifestações de apoio até da oposição.
Segundo o Datafolha, 76% dos brasileiros acham que os torcedores que a xingaram naquele dia agiram mal.
Apesar da participação confirmada, Dilma não deverá discursar.
No bate-papo de ontem, a presidente fez uma dobradinha com sua homônima Dilma Bolada (perfil que faz uma paródia da presidente) e homenageou o craque Neymar, que está fora da Copa após receber uma joelhada do colombiano Zúñiga.
'É TÓIS'
Dilma posou para uma foto repetindo um cumprimento do jogador que simula a letra "t" com os braços, em alusão a "é tóis", uma variação da gíria "é nóis" --brincadeira de Neymar com amigos que era usada na comemoração de gols nos tempos de Santos.
"A dor do Neymar ao ser atingido feriu o coração de todos os brasileiros. O Neymar está aí, mesmo ferido, querendo jogar. É um guerreiro. O exemplo de resistência do Neymar vai fortalecer a Seleção. Fazê-la se superar", disse a presidente.
Ao responder ao agradecimento de uma eleitora, que disse que a realização do Mundial é uma "belezura", contra "tanto urubu agourento no caminho", Dilma afirmou: "Belezura mesmo. Azar dos urubus".
Dilma entregará a taça ao lado do presidente da Fifa, Joseph Blatter. Segundo a Folha apurou, a tendência é que a cerimônia seja nas tribunas do estádio, e não no campo, como em outras Copas.
O troféu será levado ao gramado pelo zagueiro espanhol Carles Puyol, campeão do mundo com a Espanha em 2010, e pela modelo brasileira Gisele Bündchen.