Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Eleições 2012 sabatina folha/uol - soninha francine Cidade precisa de pedágio urbano ou de rodízio ampliado CANDIDATA DO PPS À PREFEITURA DEFENDE RESTRIÇÕES À CIRCULAÇÃO DE AUTOMÓVEIS E COMPARA O USO DE CARRO AO ABUSO DE DROGAS
A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, defendeu ontem, na sabatina Folha/UOL, a realização de um plebiscito sobre a adoção do pedágio urbano no centro da cidade. Ela afirmou que a população seria consultada para escolher entre a cobrança e a ampliação do rodízio municipal, hoje adotado apenas nos horários de pico, para o dia inteiro. Soninha respondeu a perguntas dos jornalistas Denise Chiarato, editora de "Cotidiano", Mario Cesar Carvalho, repórter especial, Barbara Gancia, colunista do jornal, e Maurício Stycer, repórter especial do UOL. O evento faz parte de uma série de sabatinas com os principais candidatos a prefeito e foi realizado no teatro Cultura Artística Itaim. Além da adoção de medidas restritivas ao tráfego de automóveis na cidade, ela defendeu a liberação da venda de maconha em bares. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. - Pedágio urbano "Eu faria um plebiscito. Alô, população, do jeito que está não dá. Vocês preferem um rodizio ampliado em que a cada dia da semana duas placas não podem circular no centro ou vocês preferem o pedágio urbano? Não te proíbo de circular, mas eu cobro R$ 3 [valor atual da passagem de ônibus] para circular no centro. Se não quiserem nenhuma das alternativas, vou dificultar cada vez mais o acesso ao centro. Não há espaço viário para todos os automóveis em circulação. Às vezes o uso de carro, como o de álcool e outras drogas, é abusivo, indevido e compulsivo. É esse uso supérfluo e dispensável que devemos coibir." Alvarás em shoppings A editora de "Cotidiano", Denise Chiarato, disse a Soninha que parte dos shoppings que funcionam sem alvará na cidade ficam na Subprefeitura da Lapa, administrada por ela em 2009 e 2010, e perguntou por que ela não fiscalizou esses estabelecimentos. "Porque, a partir de certa metragem, não é a subprefeitura quem tem autoridade nem para conceder o alvará nem para dar o Habite-se nem para fiscalizar", respondeu a candidata. Segundo a legislação municipal, cabe às subprefeituras, além da fiscalização de obras, a emissão do certificado de conclusão (Habite-se) e a licença de funcionamento do empreendimento. Compra de vereadores "Claro que dá [para comprar voto de vereadores em São Paulo]. Eu soube, e não foi a pior das hipóteses, com dinheiro, mas foi assim: 'Fulano está pedindo 120 cargos diversos na prefeitura'. Tudo é acordo. Na melhor das hipóteses, é um acordo republicano, e a cidade ganha. Agora, o acordo não republicano passa por seu projeto ser uma porcaria, mas eu vou aprovar porque vou ter seu voto no meu [projeto]. E, na pior das hipóteses, essa troca é feita em forma de dinheiro mesmo." Maconha "Não é a descriminalização simplesmente, que seria tirar da situação atual, em que é uma substância proibida. É a legalização: trazer esse comércio para o mundo das leis da sociedade, não do crime. Porque hoje é o crime que detém o monopólio. Quem vende maconha é bandido. Ela afirmou que maconha poderia ser vendida "como cerveja". Questionada se estava defendendo a venda de maconha em bares, Soninha concordou. "Bar vende muita droga, né? Vende cigarro, cerveja, pinga, vodca, Red Bull. A gente costuma dizer: 'Fala onde deu certo esse modelo de legalizar'. Eu pergunto: onde deu certo criminalizar?" Soninha, que em 2001 admitiu em entrevista que fumava maconha, disse que parou por causa da religião. A candidata é budista. Linha auxiliar de Serra "Fico às vezes louca da vida com essa insistência. Quantas pessoas apostaram contra minha candidatura, porque em tese seria melhor para o PSDB que eu não estivesse no páreo, disputando votos que poderiam ir para o [candidato tucano José] Serra. Muita gente bancou: 'Ela vai aceitar uma vice, um cargo no governo'." Soninha dirigiu até junho a Sutaco, superintendência de artesanato do governo do Estado, que assumiu após trabalhar na campanha presidencial de Serra, apoiado pelo PPS em 2010. "Sou candidata como fui em 2008 [quando também disputou a prefeitura], apesar dos convites, das sondagens para abrir mão da candidatura, porque quero ser prefeita." Kassab "Presenciei o Serra sofrer mais na Câmara para aprovar projetos porque ele é mais renitente, resistente, intransigente em negociações. O prefeito Gilberto Kassab, de um modo geral, é menos proativo em todas as questões referentes à função do chefe do Executivo municipal. Ele é menos chefe em todos os aspectos, na hora de mandar fazer, de mandar cumprir." Ela reagiu a uma afirmação de Barbara Gancia de que saiu do PT, em 2007, para "fazer parte da turma do Kassab". O PPS apoiou a reeleição do prefeito no segundo turno, em 2008, e Soninha foi nomeada subprefeita no ano seguinte. "O PPS me deu a licença de não fazer campanha no segundo turno, e eu não fiz. Eu não saí pedindo votos pro Kassab, porque não conseguiria." Propostas "Como medidas de primeira semana de governo, a gente poderia tomar providências muito simples que produziriam resultado imediato, do tipo desimpermeabilizar o maior número possível de áreas. Há uma quantidade de pequenas "pseudopraças", triângulos de concreto. Você quebrar o chão ali, arborizar, plantar grama ou fazer um jardim florido imediatamente produz resultado. Precisa ter menos concreto E telhados verdes nos prédios públicos, com placas de grama muito leves que existem hoje." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |