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Mensalão - o julgamento Dirceu diz a Lula não ter esperança de conseguir absolvição no Supremo Ex-ministro afirma estar preparado até para ser preso; para ele, STF faz julgamento político Interlocutores relatam que ex-ministro fez prognóstico em reunião com Lula e advogado de um dos réus do caso CATIA SEABRAEM SÃO PAULO O ex-ministro José Dirceu afirmou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outros aliados que não espera mais ser absolvido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. Prestes a ser julgado pelo STF, Dirceu disse ainda que está preparado até para a hipótese da prisão. Não porque existam provas contra ele, mas pela tendência esboçada pela corte, afirmou Dirceu. Quatro interlocutores do ex-ministro relataram à Folha conversas em que Dirceu se diz "preparado para o pior". Uma delas ocorreu há dez dias durante reunião com Lula, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e o petista Sigmaringa Seixas. Na conversa, Dirceu repetiu que, do ponto de vista técnico, o Supremo não teria como sustentar sua condenação. Mas, na opinião dele, o julgamento trilha um caminho político. O grupo, que se reuniu no domingo retrasado, chegou a discutir o uso de recursos que possam reverter a decisão do Supremo, os chamados embargos infringentes. Thomaz Bastos fez uma exposição sobre as próximas etapas na corte. Foi debatido ainda o impacto do julgamento nas eleições municipais. Na avaliação dos participantes, há reflexo negativo, especialmente nas grandes cidades, mas outros partidos, como o PSDB, não estão imunes ao desgaste. No caso dos tucanos, por causa do "mensalão mineiro", que envolve o empresário Marcos Valério em campanha de Eduardo Azeredo em 1998. CONFIANÇA Procurada, a assessoria do ex-ministro da Casa Civil afirmou que "José Dirceu está confiante em sua absolvição pelo STF, pois é inocente das acusações que lhe são feitas na ação penal 470. É o que tem dito sempre que conversa sobre o julgamento". O STF começa, no próximo capítulo de julgamento, a analisar as acusações de corrupção ativa e passiva imputadas a deputados da base aliada, relativas à compra de apoio político no Congresso. Esse item, o quarto a ser analisado (e sexto da denúncia da Procuradoria), diz respeito à prática de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo PP, PL (hoje PR), PTB e PMDB. Essa etapa ocorrerá quando o tribunal terminar de julgar a denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro contra dirigentes do Banco Rural e pessoas ligadas a Marcos Valério. Se conseguir concluir o julgamento desse capítulo sem usar toda a sessão de quinta-feira, o relator Joaquim Barbosa poderá entrar ainda nesta semana na questão do mensalão propriamente dita. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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