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Justiça anula escutas de investigação sobre a Valec Ex-dirigente da estatal, responsável por ferrovias, foi preso em operação da PF O relator do caso no TRF foi Tourinho Neto, o mesmo que votou pela anulação dos grampos de Carlinhos Cachoeira DE BRASÍLIAA 3ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região anulou anteontem todas as escutas telefônicas da Operação Trem Pagador, da Polícia Federal. A operação investigou e chegou a prender temporariamente José Francisco das Neves, o Juquinha -ex-presidente da Valec, estatal responsável por ferrovias. Por três votos a zero, o tribunal também considerou ilícitas "as provas derivadas dessas interceptações, direta ou indiretamente determinando sua retirada dos autos, imediatamente". RELATOR O relator do caso foi o desembargador Tourinho Neto. Ele é o mesmo que, em junho, foi voto vencido ao decidir pela anulação dos grampos de outra operação da Polícia Federal, a Monte Carlo, que levou à prisão do empresário Carlos Agusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Sobre a Operação Trem Pagador, o tribunal decidiu que não houve fundamentação suficiente da Justiça de primeira instância para a interceptação telefônica e para a prorrogação dos grampos. "Hoje vivemos o mundo da espetacularização da Polícia Federal e Procuradoria. O tribunal considerou que as escutas foram autorizadas e renovadas sem justificativa", disse o advogado Heli Dourado, que defende Juquinha. O Ministério Público Federal pretende recorrer da decisão que anulou as escutas. O procurador Hélio Telho diz que o caso está baseado em outras provas documentais e que todos as autorizações da Justiça de primeira instância foram fundamentadas. A PF prendeu o ex-presidente da Valec em julho. A investigação foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e teve como foco identificar o patrimônio considerado suspeito de Juquinha e de familiares, que chega a R$ 60 milhões. A Procuradoria apura ainda se o patrimônio tem origem em desvios das obras da ferrovia Norte-Sul. NOVAS SUSPEITAS Paralelamente à investigação da Polícia Federal, novas suspeitas sobre a ferrovia continuam a aparecer. O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou irregularidades nos 670 quilômetros de obras entre Goiás e São Paulo, licitados por R$ 2,5 bilhões, no período de Juquinha na Valec. Elas foram iniciadas no final de 2010 e não alcançaram 20% de execução. Segundo o órgão, isso ocorre pelos mesmo problemas já identificados em outro trechos, como sobrepreço e pagamentos irregulares a empreiteiras. "As indefinições são de tal monta que, diante da inexistência de informação acerca do preço real a ser pago pela administração pela realização das obras da extensão sul da FNS [ferrovia Norte-Sul] e da natureza das deficiências de projetos básicos, que não é possível quantificar o dano ao erário decorrente das deficiências de projeto apontadas no relatório de fiscalização", afirma o TCU. Procurada ontem, a Valec informou que os problemas resultam de projetos básicos malfeitos durante a gestão de Juquinha e que atualmente está refazendo os projetos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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