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Análise Informações sobre a rotina de autoridades são públicas JOAQUIM FALCÃOESPECIAL PARA A FOLHA A renúncia de Nixon nos EUA foi provocada quando o procurador perguntou se ele sabia da invasão ilegal do escritório democrata. Foi crucial. Se soubesse e não tivesse agido para impedir, estaria configurado o ilícito. O impeachment seria inevitável. Nixon perdeu, pois as conversas presidenciais eram gravadas. Provas. Nixon tentou não entregá-las alegando segurança nacional. Mas a Suprema Corte mandou entregá-las. Renunciou então. Dirceu sabia o que aconteceu? Participou? Se suas reuniões fossem gravadas, o Brasil não teria tal dúvida. A falta das gravações impede a certeza, mas não consequências decorrentes do processo. A primeira é que a tese da formação de quadrilha precisa de um líder ou um conjunto de líderes. Daí a ênfase em Dirceu, e no núcleo político. Para muitos, a presença de Dirceu é contrapartida operacional para ausência de Lula. Para a defesa, um erro, pois quadrilha não houve. A segunda é que informações sobre a rotina política e profissional das autoridades públicas não são privadas, são da República. Hoje, o poder público é a caneta e também a imagem e tempo da autoridade. Podem ser transformados em capital. Políticos, lobbies e corporações jogam para estabelecerem relações, independentemente de lícitas ou não. Uma vez o investidor John Rockfeller atendeu o pedido de emprego de um amigo, acompanhando-o de seu escritório ao pregão da Bolsa. Centenas de corretores os viram juntos. O amigo recebeu várias propostas de emprego. A proximidade com Rockfeller valia mais que dinheiro. Temos o mensalão, mas temos novos mecanismos de prevenções da aproximação indevida com o poder: uma lei de acesso a informações. Precisamos especificá-la e aplicá-la. Prevenir a privatização de imagem, tempo e contatos das autoridades. São os modernos instrumentos de poder político. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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