Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Eleições 2012 Serra busca se desvincular de rejeição à gestão Kassab Tucano lembra que prefeito foi eleito com 61% e teve seu próprio mandato Em debate anteontem, candidato do PSDB, que é apoiado por Kassab, já havia se proposto a ser 'o prefeito da mudança' DE SÃO PAULOO candidato do PSDB à sucessão de Gilberto Kassab (PSD), José Serra, reforçou ontem a tentativa de se descolar da imagem do atual prefeito, cuja administração é rejeitada por 48% dos eleitores paulistanos de acordo com pesquisa Datafolha. Kassab, que é aliado do tucano, foi eleito vice de Serra em 2004 e assumiu a prefeitura quando ele deixou o cargo para concorrer ao governo de São Paulo, um ano e três meses depois da posse. "O Kassab assumiu porque era meu vice. Completou meu mandato, foi eleito, ganhou por 61% contra 39% da Marta Suplicy [PT]. A partir daí, desenvolveu o seu mandato", afirmou em entrevista ao "SPTV", da TV Globo. Com as declarações, Serra tenta separar os dois mandatos de Kassab e se desvincular do segundo, que é mal avaliado pelos paulistanos. Diz que, quando o prefeito continuou sua gestão, foi "superaprovado", mas tenta dividir com o eleitor a responsabilidade por seu segundo período na prefeitura. Quando foi reeleito em 2008, Kassab recebia avaliação boa ou ótima de 61% dos eleitores. Segundo a última pesquisa Datafolha, esse índice agora caiu para 20%. A avaliação de tucanos é a de que os eleitores veem Serra como o responsável pelo desempenho de Kassab. Por isso, ele tem se esforçado para dar "autonomia" ao segundo mandato do prefeito. Ontem, Serra creditou a rejeição a Kassab "ao fato de que ele passou a criar um partido político". "As pessoas identificaram: 'Ah, está criando partido, não está preocupado com a cidade'. Não é verdade, mas passou essa imagem porque o prefeito tem imagem de síndico". Eleito pelo DEM, Kassab foi o principal articulador da criação do PSD em 2011. Em debate anteontem, após ser questionado sobre o fato de 85% dos eleitores esperarem ações diferentes do próximo prefeito, Serra já havia reconhecido que "o paulistano quer mudanças". "O que eu me proponho é ser o prefeito da mudança", disse. FERNANDO HENRIQUE Ontem, em ato com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Serra voltou a dizer que a cidade está melhor do que a avaliação que recebe dos paulistanos. O candidato disse que a eleição é tempo em que os problemas são tratados como catástrofes e que é preciso rebater a percepção. O encontro foi organizado para divulgar sua candidatura para intelectuais e artistas. FHC, anfitrião do ato, fez um discurso repleto de ataques velados ao mensalão e à corrupção no Brasil para defender Serra como sinônimo de "recuperação da moral". "Depois de vários anos que o Brasil conquistou a democracia, conseguiu avanços econômicos e avanços sociais, essa mesma democracia começa a ser minada por dentro", afirmou. "O momento vai além do banal. Mas nós temos, ao mesmo tempo, uma possibilidade de recuperação. É também o momento da recuperação moral", concluiu. O candidato falou depois. Citou o mensalão, mas não vinculou o caso à candidatura de Fernando Haddad (PT), como tem feito em sua propaganda eleitoral. Confessou ainda ter sido "surpreendente" ver o caso se desenrolar no STF (Supremo Tribunal Federal). "Nós estamos vendo virtudes saírem de onde não se esperava. Não esperava que a coisa chegasse a esse ponto em matéria de ação do Judiciário." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |