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Ala da Assembleia de Deus combate candidato

Em culto, líder da igreja pergunta se fieis 'dariam tesouraria' de SP à Igreja Universal

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

A Assembleia de Deus de Madureira, braço da maior denominação evangélica do país, entrou em campo contra Celso Russomanno (PRB).

Em recente pregação a obreiros, pastores e dirigentes encarregados de levar "a palavra" aos 520 mil seguidores da igreja em São Paulo, um dos líderes da Assembleia provocou: "Vocês dariam a tesouraria da Prefeitura de São Paulo à [Igreja] Universal?", bradou o pastor Samuel Ferreira, de 44 anos.

O ato foi em 16 de setembro, um domingo, em culto no prédio de um quarteirão na avenida Celso Garcia, Brás. Na plateia estava o candidato do PMDB Gabriel Chalita, apoiado por Ferreira.

O discurso foi relatado por duas testemunhas. Questionado sobre a frase, Ferreira respondeu: "Não vai ficar [nas mãos da Universal], vai? Não me recordo".

Russomanno, católico, é apoiado pela Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, também dono da Record. A campanha é coordenada por dirigentes da Universal e ex-executivos da TV, entre outros.

No culto, Ferreira disse: "Eles têm projeto político".

À Folha ele minimizou o apoio da Universal e uma eventual ascendência da igreja sobre Russomanno. Segundo ele, estão supervalorizando o tema: "Nenhuma igreja elege sozinho o prefeito".

"Será que você, enquanto cidadã, aceitaria isso? Acho que nenhum de nós aceita. O Russomanno não governaria São Paulo com a Igreja Universal. Nem ele aceitaria isso. Mas você deve perguntar ao Russomanno", disse.

Procurado pelo candidato do PRB, Ferreira ainda não o encontrou. Além de seu apoiado, Chalita, o pastor já esteve com José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT).

Segundo o Censo de 2010, a Universal tem 126 mil seguidores em São Paulo.

Com mais de 520 mil fiéis, a Assembleia é dividida em dois grandes troncos: Ministério Madureira (chamada de Brás na capital) e Ministério Belém, de José Welington Costa, que apoia Serra.

A Igreja Católica (6,5 milhões de adeptos) já se manifestou contra Russomanno.

Isso ocorreu após a circulação de artigo do presidente do PRB, o bispo licenciado Marcos Pereira, que a vinculava a cartilha contra a homofobia que o governo planejava distribuir, mas que foi vetado.

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