Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
'Ainda não há resposta para o futuro do jornalismo' Avaliação foi feita por executivo do jornal 'El País' em assembleia da SIP Cebrián, executivo de publicação espanhola, afirma que web e economia levaram a cortes em sua empresa DE SÃO PAULOO presidente do jornal espanhol "El País", Juan Luis Cebrián, afirmou ontem estar "perseguindo há dez anos" a solução para o modelo sustentável do jornalismo no futuro diante das mudanças tecnológicas, mas que ainda não encontrou a saída. "Ninguém tem a resposta, ninguém conseguiu imigrar [para a internet de modo satisfatório]", disse ele, ao abrir o segundo dia da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em São Paulo. Segundo Cebrián, o corte de um terço da redação do jornal espanhol, anunciado nos últimos dias, se deve às "consequências duplas da crise econômica e da mudança tecnológica". Ele destacou que os principais jornais do país tiveram "perdas de mais de 60% em publicidade" entre 2007, antes do início da crise, e 2012. E que o problema se estende a "todo o setor na Europa". A queda na rentabilidade levou o jornal espanhol a mudanças, como eliminar cadernos regionais e integrar redações, que "implicam redução dos efetivos humanos". A meta é "um jornal global", o que seria "importante para ampliar o tráfego" e, potencialmente, a publicidade on-line. A América Latina, que já responde por 31% da audiência contra 53% da Espanha, ganhará mais atenção. Cebrián questiona o modelo de "paywall" (muro de pagamento) poroso, adotado com êxito nas versões digitais de "Financial Times", "New York Times" e Folha, argumentando que "El País" chegou a cobrar pelo acesso nos anos 90, mas desistiu quando o tráfego dos concorrentes passou à frente. Também presidente-executivo do grupo Prisa, que controla o jornal, Cebrián disse que a editora Moderna, comprada há 11 anos e sediada no Brasil, responde por 9% da receita da corporação, superando a fatia do "El País". Rosental Calmon Alves, do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, do Texas, defendeu que, a exemplo do "El País" no mercado livreiro, as organizações jornalísticas diversifiquem investimentos. O debate foi mediado por Fernando Rodrigues, da Folha. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |