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Eleições 2012 Vitrines de Serra e Haddad são alvo de propaganda na TV Tucano faz críticas à gestão da educação quando o rival foi ministro; petista mira política de saúde do tucano Corrupção também serve de munição; PSDB cita Dirceu, enquanto PT lembra processo contra vice do oponente
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) intensificaram ontem os ataques a vitrines do lado adversário: o tucano mirou a educação, e o petista, a saúde. Os comerciais curtos concentraram os golpes mais duros. Cinco dos sete anúncios veiculados pelo PSDB traziam críticas ao oponente. A proporção do lado do PT foi parecida (6 de 8). A corrupção também serviu de munição. O tucano voltou a citar o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo no julgamento do mensalão. "Ele ainda manda no PT. Antes de ir para a cadeia, quer a eleição de Haddad em São Paulo. Se é bom para o Dirceu, é péssimo para você." Do lado petista, o ex-presidente Lula afirmou que Haddad é atacado "com um monte de mentiras": "Os tucanos [...] acham que o povo é ingênuo, mas o povo não é burro". A campanha de Haddad alvejou Alexandre Schneider (PSD), candidato a vice na chapa adversária, réu em ação de improbidade administrativa por contratação sem licitação quando era secretário municipal de Educação. A propaganda também lembrou a saída de Serra da prefeitura em 2006 e sugeriu que, se houver nova renúncia, Schneider será "o novo [Gilberto] Kassab [PSD]". A publicidade de Serra centrou esforços na desconstrução de Haddad como gestor. Questionou o fato de não terem sido criadas escolas técnicas ou creches com recursos federais na capital paulista quando ele era ministro da Educação (2005-2012). Também vinculou Haddad à recente greve nas universidades federais, dizendo que faltou investimento -ele já saíra do MEC quando da greve. A campanha tucana apresentou o rival como "o ministro [da Educação] que afundou o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]" e exibiu ranking da educação da Unesco em que o Brasil perdeu posições na gestão Haddad. REAÇÃO O petista respondeu recorrendo a um ranking do Banco Mundial e ao Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Ambos mostram avanços do Brasil na área. O Pisa é a principal baliza de comparação entre o ensino de diferentes nações. À noite, o candidato disse que "Serra não tem respeito pelos fatos" e nutre "obsessão por destruir reputações". "Garanti recursos para 172 novas creches, e não foram buscar. Aprovei verbas para uma universidade na zona leste e uma escola técnica na norte, e não cederam o terreno. Tudo o que precisava da prefeitura não aconteceu." À tarde, o programa do petista havia alvejado a política de saúde pública da gestão Serra-Kassab. "A saúde só anda bem na propaganda deles", disse uma atriz. Em comício, o petista criticou Serra por participar de privatizações no governo FHC e apoiar, quando governador, a proposta de reservar leitos de hospitais estaduais a clientes de planos de saúde. "Não queremos que o Serra venda 25% dos leitos dos hospitais estaduais na cidade", disse. "Ele tem a privatização na veia. A Light e a Vale, foi ele que vendeu." O petista disse que pacientes morrerão se a chamada "dupla porta" vigorar na cidade. "Aí é que todo mundo vai bater as botas mesmo." A "dupla porta" nos hospitais estaduais foi proposta em 2009 na gestão Serra e regulamentada em 2011 pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A mudança foi suspensa pela Justiça. À noite, Serra, que foi ministro da Saúde de FHC, chamou de "absurda" a objeção do PT à parceria entre prefeitura e hospitais privados. "Quando um petista rico fica doente, vai logo para o [Albert] Einstein ou para o Santa Catarina. Mas eles não querem que o Einstein e o Santa Catarina atendam os doentes nos hospitais da prefeitura." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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