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Cabral diz que não conseguirá fazer a Copa com a nova lei
Governador disse estar confiante em que Dilma vetará a redistribuição dos royalties dos campos já leiloados
"Não se faz Olimpíada, não se faz Copa do Mundo, não se paga servidor público, não se paga aposentado"
Um dia após o Congresso aprovar a redistribuição dos royalties dos campos de petróleo já leiloados, o governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou que isso trará um colapso nas finanças do Estado.
Cabral disse que não será possível fazer a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada (2016) sem esses recursos. De acordo com ele, as novas regras, se mantidas, significam uma perda de R$ 4 bilhões para o Rio já no ano que vem.
Para o governador, o projeto "gera uma perda de R$ 4 bilhões no ano que vem. É absolutamente inviável. O Estado fecha as portas".
"Não se faz Olimpíada, não se faz Copa do Mundo, não se paga servidor público, não se paga aposentado, não se paga pensionista. Enfim, o Estado sofre um abalo", disse.
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), ironizou Cabral: "Nesse caso me comprometo a realizar no Ceará os jogos da Copa programados para o Rio e a sediar as Olimpíadas em Fortaleza. Se o Rio não conseguir, o Ceará faz".
Cabral disse estar confiante em que a presidente Dilma Rousseff vetará o projeto: "É evidente que isso é inconstitucional, e a presidente Dilma vai vetar porque ela já anunciou que vetaria qualquer projeto de lei que fosse de encontro a regras já estabelecidas. Eu estou absolutamente tranquilo de que a presidente vai vetar". Ele não disse o que fará caso o Congresso derrube o veto.
Caso a proposta que modifica a distribuição dos royalties, aprovada na terça-feira pela Câmara dos Deputados, seja sancionada pela presidente Dilma, o Estado e os municípios do Rio terão juntos uma perda de receita de R$ 116,7 bilhões até 2030, segundo os cálculos da Secretaria da Fazenda do Estado.
Em 2013, a perda seria de R$ 4,6 bilhões, uma redução de 6,4% no Orçamento previsto de R$ 71,8 bilhões.
A conta considera o câmbio de R$ 2 e o barril de petróleo a US$ 100. Do Orçamento do Estado do Rio para 2012 (R$ 64 bilhões), R$ 8,3 bilhões (13%) são provenientes de royalties e participações.
O dinheiro está sendo usado para cobrir custos com inativos (63%), a dívida com a União (26%), um fundo de conservação ambiental (5%) e pagamento do Pasep (1%). Os outros 5% vão para municípios.