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Sem reajuste, banco reduz recomendação de ações da Petrobras
Sem aumento de combustível, ganhos serão limitados, diz Bank of America Merrill Lynch
A falta de reajuste no preço da gasolina e do diesel fizeram o Bank of America Merrill Lynch, um dos principais bancos americanos, rebaixar a recomendação da ação da empresa de "compra" para "neutra", além de reduzir o preço alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da companhia nos EUA, de US$ 30 para US$ 23 -elas valem hoje US$ 20.
A notícia foi mais um duro golpe nas ações da empresa, que amargam perda superior a 7% no ano até outubro.
Os papéis preferenciais caíram 1,64% ontem na Bolsa de Valores de São Paulo, para R$ 20,44, e os ordinários, 1,73%, para R$ 21,07.
Em relatório, os analistas do banco argumentaram que a companhia corre riscos por não reajustar a gasolina e o diesel, responsáveis por 60% de sua receita. A Petrobras disse que não comentaria o assunto.
"Há preocupações crescentes de que a falta de reajustes de preços dos produtos refinados vai limitar ganhos/fluxo de caixa e reduzir a flexibilidade operacional e financeira ao longo dos próximos 12 meses", afirmou o banco no relatório.
A Petrobras registrou no segundo trimestre prejuízo de R$ 1,3 bilhão, a primeira perda em 13 anos. Em 2012 até setembro, o lucro da companhia é metade do que o obtido no mesmo período do ano passado (R$ 13,4 bilhões, ante R$ 28,2 bilhões).
Para o analista Erick Scott, da SLW Corretora, essa foi a mais drástica redução sofrida pela companhia e possivelmente a primeira de uma série de ajustes dos bancos e corretoras.
"Foi uma queda de preço-alvo de quase 25%, tem impacto negativo sim."