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Senadores suspendem indicação de procurador para conselho
Congressistas querem saber mais sobre relação dele com Genoino
Senadores do governo e da oposição fecharam acordo ontem para suspender a votação da indicação de Luiz Moreira Gomes Júnior para o Conselho Nacional do Ministério Público até que procuradores que fazem acusações contra o indicado sejam ouvidos pelos parlamentares.
O acordo prevê que dois procuradores de Goiás e São Paulo falem na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado antes da votação no plenário da Casa.
Eles acusam Gomes, que seria reconduzido ao cargo, de ter ligações com o ex-deputado José Genoíno (PT-SP) -a quem teria cedido carro oficial do conselho.
O indicado nega as acusações e diz que, mesmo sendo amigo do petista, condenado pelo mensalão, não permitiu o uso de carros oficiais do conselho por terceiros.
Na semana passada, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), criticou a demora do Senado em analisar a indicação de Gomes -feita pela Câmara ao conselho.
O petista disse que o caso era de "inadmissível omissão" uma vez que a indicação espera há oito meses para ser votada no Senado.
Maia encaminhou ofício ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pedindo "providências imediatas" para a análise da indicação.
Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel (PT-CE) disse que há um "mal estar" com a Câmara provocado pela demora.
"O presidente da Câmara, ao lado dos líderes, estava articulando movimento de obstrução sistemática de todos os projetos que tenham autoria senadores", disse.
Em defesa da indicação, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que as acusações dos procuradores tem o objetivo de retardar a indicação -para que o mandato de Gomes termine no Conselho Nacional do Ministério Público e o grupo indique seu substituto.