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Aumenta a percepção de corrupção no governo
Para 69% dos brasileiros, há casos de irregularidades na gestão Dilma
Na avaliação da população, desvios na era Lula foram quase tão frequentes como no período de Collor
Aumentou entre os brasileiros a percepção de que há corrupção no governo de Dilma Rousseff, segundo pesquisa Datafolha realizada na quinta-feira em todo o país.
Em agosto, a soma dos que achavam que havia casos de corrupção na administração dilmista era de 64%. Agora, o percentual foi a 69%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
O número de pessoas que dizem não haver corrupção no atual governo federal também teve uma queda brusca de agosto para cá. Eram 34% e agora são apenas 20%.
Há relação direta entre o aumento da percepção de corrupção no governo com a forma como se avalia o desempenho de Dilma no combate a esse problema.
Em janeiro deste ano, segundo o Datafolha, a política de prevenção à corrupção de Dilma era ótima, boa ou regular para 56% dos entrevistados. Hoje, o percentual recuou para 51%. Os que achavam péssimo o desempenho da presidente nessa área eram 40%. Agora, são 44%.
Mas quando se compara o governo Dilma a todos os outros pós-ditadura militar (1964-1985), a petista não está muito diferente. Os 69% que hoje acham que há corrupção na administração federal ficam perto dos 68% que têm a mesma impressão sobre o período de José Sarney no Planalto (1985-1990).
O percentual de percepção de corrupção a respeito do governo de Fernando Collor (1990-1992) é o mais alto, segundo o Datafolha, atingindo 79%. Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) está próximo, com 77%. A administração considerada menos corrupta pelos brasileiros foi a de Itamar Franco (1992-1994), com apenas 59%. Os anos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) recebem 73%.
É importante registrar que a pesquisa do Datafolha se refere à percepção das pessoas sobre a ocorrência de corrupção -o que não significa que de fato exista como respondem os entrevistados.