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Líder do MST é encontrado morto no Rio de Janeiro
Corpo traz marcas de tiros; não há suspeitos
O trabalhador rural e militante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) Cícero Guedes dos Santos, 49, foi encontrado morto a tiros na manhã de ontem pela polícia, em uma estrada vicinal, perpendicular à BR 356, que liga Campos dos Goytacazes a São João da Barra (RJ).
A polícia informou que já fez perícia no local, mas ainda não tem suspeitos. Segundo o MST, Cícero foi baleado ontem quando saía do assentamento de bicicleta.
Nascido em Alagoas, ele foi cortador de cana e coordenava a ocupação do MST na usina, que ocorreu em novembro de 2011. O MST informou que Cícero Guedes era assentado desde 2002 no sítio Brava Gente, no Rio de Janeiro, no assentamento Zumbi dos Palmares, mas continuou na luta pela reforma agrária.
Parte da área ocupada é um complexo de sete fazendas que somam 3.500 hectares. Pertencia a Hely Ribeiro Gomes, ex-vice governador biônico do Rio. Após sua morte, a área passou a ser controlada por seus herdeiros.
Em 14 de janeiro, o Incra anunciou em seu site a criação de um assentamento na área da usina. Para o MST a morte de Cícero "seria resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos sem-terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a reforma agrária". A organização exige a investigação dos fatos.