São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 2011

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ANÁLISE

Associação passa por julgamento social e precisa provar que mobilização é justa

JOAQUIM FALCÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Afinal de contas, o que está em jogo na decisão da Ajufe de entrar em greve? A primeira vista, é uma reivindicação por reajuste salarial.
Mas o que está em jogo é muito mais grave: a dissociação política e administrativa entre algumas lideranças judiciais e o senso comum.
Enquanto os juízes falam de paralisação, a sociedade tem certeza de que eles falam mesmo é de greve. Quando dizem que represarão intimações, a União e a sociedade entendem que eles estão ameaçando o governo e retardando processos.
Enquanto defendem a volta de adicional de tempo de serviço e auxílio-moradia, a sociedade sabe que estão pretendendo mais dinheiro.
Os juízes usam as palavras paralisação, adicionais, auxílio e represamento porque os termos greve, aumento de salário e retardamento são proibidos nas leis.
O juiz que adiar intimar ou notificar a União viola a lei de improbidade administrativa e a lei de Organização da Magistratura, que determina que é dever do magistrado cumprir o expediente e não exceder prazos sem justificativa. Não é por menos que o ministro Ary Pargendler, do STJ, pretende processar juízes que evidenciarem estas condutas.
Na greve, os juízes passaram de julgadores a julgados e têm encontrado resposta contrária de superiores do STF e do STJ. Faltam 36 dias para provarem que o que reivindicam é legal e justo.

JOAQUIM FALCÃO é professor de direito constitucional da FGV Direito-Rio



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