São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Serra descarta investigar governo por metrô

Dilma usa suspeita sobre licitação para dizer que espera que "pelo menos desta vez" se investigue gestão tucana

Para o ex-governador, "não há nada" contra o Estado e acusação é só eleitoral; petista acusa PSDB de nunca apurar

DE RECIFE
DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse o governo de São Paulo não precisa ser investigado no caso da licitação de lotes da linha 5 do metrô, sua adversária do PT, Dilma Rousseff, foi irônica ao afirmar que espera que "pelo menos desta vez" se investigue a gestão tucana.
"Não [precisa investigar a gestão do Estado de São Paulo], porque não teve nada", disse Serra, que acusou o governo federal de cometer irregularidades nas licitações.
"A propósito de concorrência acertada, quem faz isso publicamente e abertamente e nunca ninguém disse nada é o governo federal", disse Serra, em Recife.
"Eles escolhem as empresas e depois fazem a concorrência já tendo combinado como faria", completou.
Ele afirmou que a licitação do metrô não ocorreu na sua gestão e que foi anulada "porque os preços não eram bons". "O governo fez de novo -portanto defendeu- e eles dizem agora que os vencedores já eram sabidos."
Serra atribuiu a denúncia ao período eleitoral e disse que "não precisa ser muito adivinhão" para saber que apenas duas empresas possuem o "tatuzão", equipamento de perfuração utilizado na obra em São Paulo.
"Mas, como é véspera de eleição e falta assunto para os petistas falarem de corrupção do nosso lado, eles ficam inventando, ficam fazendo cavalo de batalha em torno disso", disse Serra.
"Enquanto isso, o tesoureiro do PT é réu num buraco que fez para pequenos cooperados do Bancoop, que era um banco de cooperativa habitacional que eles fizeram, e passaram a mão em R$ 100 milhões de famílias médias, de famílias modestas", disse, referindo-se a João Vaccari.
O tucano reclamou das pesquisas, que apontam vantagem para sua adversária. "Não tem nada mais errado no Brasil que pesquisas. Há um uso e abuso no Brasil. Isso vai ter que ser revisto."

"SOLUÇÕES FÁCEIS"
Sempre em tom irônico, Dilma insinuou que o governo tucano, que comanda São Paulo há 16 anos, tem como prática "não investigar" e encontrar "soluções fáceis".
"Eu acredito que, para apurar as responsabilidades e para não ser leviano fazendo acusações, acho que seria importante, pelo menos desta vez, que eles abram sindicância, inquérito e vão apurar", afirmou, em Brasília.
A petista disse que o que "marca a diferença de estilos de governo é a forma como se reage a denúncias".
"Um Estado, um governo se mede pela capacidade que ele tem de garantir que não haja nada. É, em havendo, tomar providência, impedir que ocorra, investigar saber quem é responsável e não tentar soluções fáceis."


Texto Anterior: Outro lado: Petista e aliado atribuem fracasso à crise argentina
Próximo Texto: Justiça manda Metrô apresentar todas as propostas
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.