São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2011 |
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'É natural apoiar reeleição de Dilma', afirma Kassab Presidente do PSD diz que, se a petista fizer bom governo, partido a defenderá Primeiro ato da sigla de Kassab foi propor a convocação de uma Constituinte para reformar a Carta FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, afirmou que seria "natural apoiar a reeleição da presidente Dilma, se ela fizer um bom governo". Antes de dar essa declaração em entrevista à Folha e ao UOL, Kassab fez uma ressalva em relação à sua "posição pessoal", que seria a de apoiar "candidatura [presidencial] do ex-governador José Serra". Em 2010, o dirigente do PSD, então no DEM, fez campanha para o tucano. Kassab festejou ontem em Brasília a criação do PSD, cujo registro havia sido aprovado na véspera pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Como primeiro ato da legenda, divulgou "manifesto à nação" no qual a primeira proposta é a convocação de Assembleia Nacional Constituinte com poderes exclusivos para reformar a Carta. Indagado como convencerá os partidos a apoiarem a ideia, disse que se fiará no desejo da sociedade civil, que pede reformas. Folha - Como o PSD teria votado no caso da deputada Jaqueline Roriz [PMN-DF], absolvida apesar de ter recebido dinheiro de forma irregular? Gilberto Kassab - Eu não diferencio os crimes, sejam eles antes, durante ou depois. Se eu estivesse no Congresso, eu votaria por sua cassação. O sr. disse que o PSD não seria de esquerda, centro nem de direita. O que significa isso? Não era nem de centro nem de esquerda nem de direita. Iríamos construir o programa. Acabou prevalecendo que é de centro. O PSD será a favor de nova CPMF para financiar a saúde? Somos contra. De onde sairá o dinheiro para a saúde pública? Com mais eficiência das ações de governo. Na base da gestão e da rediscussão do pacto federativo. O PSD tem posição sobre uma nova legislação para o aborto? Poderá ter uma posição. Minha posição é contra a ampliação dessas práticas. Sou a favor do que está na lei hoje. É a favor de descriminalizar drogas leves, como maconha? Eu sou contra. O PSD terá rotatividade nos cargos de direção? No Congresso, as bancadas não poderão repetir líderes numa única legislatura. E em relação a CPIs [Comissões Parlamentares de Inquérito], um parlamentar só assinará uma depois da reunião da bancada. Teremos decisões colegiadas de CPI. A bancada se reúne, mais da metade define a permissão de apoiamento. Aqueles que quiserem, podem assinar. Como o sr. imagina que vai convencer os outros 22 partidos representados no Congresso a votar a favor de Constituinte exclusiva em 2014? A sociedade civil está madura. E ela entende a importância das reformas. Hoje a sociedade pede a reforma tributária, a reforma política, a reforma da Previdência, pede a reforma administrativa. O PSD formará um bloco partidário no Congresso? É muito difícil neste momento constituir um bloco. Até porque o que se especula é em relação a um bloco com PTB, PSB. O PSB é base do governo. O PSD é independente. Eu até acredito que, na maioria das vezes, vamos caminhar juntos nas votações. Como reagirá se o PSD receber a oferta de um ministério no governo Dilma? A presidente Dilma sabe que ela vai contar conosco, com a nossa lealdade, com nosso espírito público, apoiando todas as ações que estiverem identificadas com as nossas convicções. Porém, ela sabe que não será possível participar do seu governo. O PSD já tem planos para apoiar um candidato a presidente em 2014? Eu falo em relação à minha pessoa. Todos sabem que será natural se eu apoiar uma candidatura do ex-governador José Serra. Tenho uma afinidade com ele. Mas no PSD também ninguém poderá achar que não é natural apoiar a reeleição de Dilma, se ela fizer um bom governo. Quer dizer, se a presidente Dilma fizer um bom governo, o PSD poderia apoiá-la? Não vejo nenhum problema, se ela estiver fazendo um governo que seja bom para o país e esteja correspondendo às expectativas dos brasileiros não há porque não debater essa questão internamente no partido e, havendo consenso, apoiá-la. Ela faz um bom governo? Até o momento, faz. Qual foi o principal erro da presidente Dilma até agora? Ela tem acertado bastante. Existe entusiasmo e confiança em relação ao seu governo. Assista à entrevista folha.com/no982605 Texto Anterior: Na Câmara, Ana de Hollanda pede mais dinheiro para cultura Próximo Texto: Janio de Freitas: Questão de justiça Índice | Comunicar Erros |
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