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Ex-vereador é denunciado por lavagem de dinheiro
Napeloso é acusado de simular a venda de casa para justificar R$ 300 mil
Outras 4 pessoas são citadas na denúncia da Promotoria; Napeloso e dois envolvidos não comentam o assunto
O Ministério Público denunciou à Justiça o ex-vereador de Araraquara Ronaldo Napeloso (DEM) pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e fraude processual contra a Justiça Eleitoral.
A denúncia tramita na 13ª Zona Eleitoral de Araraquara. A Folha teve acesso a informações que constam no processo. Na ação, Ronaldo Napeloso é acusado de simular a venda de uma casa, de sua propriedade, para justificar a origem de R$ 300 mil utilizados na compra de um apartamento.
Também foram denunciados, pelos mesmos crimes, o advogado e ex-assessor jurídico da Câmara João Luís Ribeiro dos Santos, o empresário Ademir Trizólio, o dono da imobiliária São Paulo, José Antônio Ribeiro dos Santos, e Leonardo Rodolfo Napeloso, filho do ex-vereador.
A Polícia Federal e o Ministério Público têm inquérito contra Napeloso pela suspeita de que ele tenha sonegado a declaração de bens à Justiça Eleitoral e de que seria integrante de um esquema de corrupção que atuava em secretarias municipais da administração do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB).
A denúncia oferecida à Justiça é fruto dessa investigação anterior. O empresário Ademir Trizólio e o advogado João Luís Ribeiro dos Santos negam irregularidade no caso. Já José Antônio Ribeiro dos Santos, Ronaldo Napeloso e seu filho, Leonardo, não quiseram comentar.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Napeloso registrou, em abril deste ano, uma escritura falsa de compra e venda de duas casas ao empresário Ademir Trizólio. A escritura registrada indicava que a transação ocorreu em abril de 2011.
Os imóveis supostamente vendidos em 2011 constam na declaração de bens feita em 2012 pelo ex-vereador à Justiça Eleitoral.
Segundo a denúncia, Napeloso também havia anteriormente ratificado a declaração de bens junto à Câmara para informar que os mesmos imóveis foram doados ao filho Leonardo, em 2011.
Os imóveis teriam valor de mercado de R$ 350 mil, de acordo com a investigação.
Trizólio não declarou a compra dos imóveis à Receita Federal, segundo informações do processo.
ALUGUEL
Uma operação de busca e apreensão durante a investigação encontrou um contrato de aluguel dos imóveis, de março de 2013, que indicava Napeloso como proprietário, e o cadastro no departamento de água também estava em nome do então vereador.
A denúncia aponta que a suposta falsa venda do imóvel teria sido criada para justificar a origem de R$ 300 mil usados por Napeloso para comprar um apartamento, registrado em nome de Leonardo, em abril de 2011.
Lavagem de dinheiro é o crime de ocultar a origem ilegal de bens ou valores. O inquérito que tramita na Polícia Federal e na Promotoria investiga se o suposto esquema de corrupção nas secretarias de Araraquara é a fonte dos recursos de Napeloso.