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Tulipa Ruiz faz 1º show do ano em Ribeirão
Cantora e compositora se apresentará quinta-feira no Sesc, ao lado do pai, Luiz Chagas
Em seu primeiro show neste ano, a cantora e compositora Tulipa Ruiz se apresentará na próxima quinta-feira em Ribeirão Preto com promessa de "vontade e amor".
A cantora fará show ao lado do pai, Luiz Chagas, guitarrista da banda Isca de Polícia, de Itamar Assumpção.
Tulipa teve contato com a música desde pequena, mas foi apenas em 2010, com seu primeiro disco, que o país a conheceu como a cantora de timbre agudo, compositora de letras com tom narrativo e melodia apurada.
Apesar de ter integrado bandas durante a faculdade, tratava a música como hobby. Formada, trabalhou como ilustradora e redatora até receber o convite para o primeiro show. A partir daí se entregou à música.
Se o disco "Efêmera" a colocou na cena musical, "Tudo Tanto" a consagrou como uma das principais cantoras brasileiras dos últimos anos.
Acostumada a dividir o palco com o pai e o irmão, o guitarrista Gustavo Ruiz, Tulipa diz que as parcerias fazem parte da relação em família.
O show, às 20h30, no Sesc, tem classificação indicativa 16 anos. Leia, a seguir, trechos da entrevista à Folha.
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Folha - O que inspirou a sua produção musical? Quais são suas raízes musicais?
Tulipa Ruiz - Meus pais gostam de música, então cresci com a vitrola ligada. Ouvi muito Clube da Esquina, Vanguarda Paulista, Tropicália, Wings, Joni Mitchell, Baby Consuelo, Zezé Motta, Beatles. Meu pai é guitarrista, crítico musical, meu irmão toca desde pequeno e minha mãe me ensinou a tocar "O Vira" dos Secos e Molhados no violão. Minha inspiração vem dessas referências, desse bê-á-bá que ouvi na infância. A música sempre esteve no meu cotidiano. Virar profissão foi consequência. Aconteceu naturalmente.
Como é ter parcerias musicais em família?
Cresci ouvindo som com eles, falando de música com eles. Estar com eles no palco faz parte da nossa relação musical-afetiva.
O que o público pode esperar do show em Ribeirão?
Será o primeiro show do ano e estamos na maior pilha para tocar. O público pode esperar uma apresentação cheia de vontade e amor.
Além do sucesso como cantora e compositora, você também é reconhecida pelo trabalho de ilustração. Em quais dessas áreas se sente mais livre para se expressar?
Depende do momento. Tem horas em que o desenho vem melhor que uma música e vice-versa. Tem a hora do traço e a hora da fala. A música tem ocupado a maior parte do meu tempo, mas sempre que posso gosto de desenhar. Agora trabalho com ilustração para o jornal Le Monde Diplomatique Brasil' e tenho desenhado mais.
O que achou da repercussão e da forma como se organizaram os "rolezinhos"?
Fui apanhada meio de surpresa. Não estava acompanhando. Pelo que entendi a moçada estava curtindo, paquerando, se vendo. Em algum lugar houve correria, e com isso algum comerciante saiu prejudicado. Daí formou-se um crescente de intolerância que atingiu as raias do racismo mesmo. É como se tudo o que surge espontaneamente agora passasse a correr o risco de ser contaminado por violência extrema ou encampado por algum partido. E o pior são as pessoas sendo submetidas a revistas pessoais e a elite se sentindo "com medo".