Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Problemas em obras deixam esgoto sem tratamento na região

Com falhas técnicas e de execução, São Simão, Pontal e Morro Agudo lançam dejetos in natura em córregos

Prefeito de São Simão pediu na Justiça que empresa devolva valor já pago por obra; Estado vai financiar estações

FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETO

"Há 13 anos não aprovo um loteamento [por falta de estação de tratamento de esgoto]André luís carneiro (psb)prefeito de PontalQuando saí [da prefeitura], deixei a obra em andamento. Já era para ter acabadomarcelo dos santos (psdb)ex-prefeito de São Simão

Problemas nas obras de implantação de estações de tratamento de esgoto fazem com que ao menos três municípios --São Simão, Pontal e Morro Agudo-- joguem seus dejetos de forma in natura em rios e córregos da região de Ribeirão Preto.

Em São Simão, a estação que recebeu R$ 3 milhões do governo do Estado foi construída com canos inadequados para o porte da obra. Além disso, o emissário que faz a ligação com a rede de esgoto da cidade ainda não ficou pronto.

Já em Pontal e Morro Agudo, as obras estão paradas. Falhas na execução e falta de verbas geraram problemas. Agora, o que foi feito corre o risco de se deteriorar por causa do tempo e da falta de manutenção que uma estação de tratamento de esgoto exige.

Além das três cidades, outras dez na região de Ribeirão tratam menos de 10% do esgoto doméstico, segundo o último levantamento feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), relativo ao ano de 2012.

Em comum, os municípios têm menos de 50 mil habitantes e precisam de dinheiro para as obras. A exceção é Taquaritinga, que tem 56 mil habitantes, de acordo com estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2013.

Em São Simão, o prefeito Izaias Leão de Souza (PSL), que tomou posse no ano passado, entrou na Justiça pedindo à empreiteira responsável pela construção da estação de tratamento de esgoto a devolução do que já foi pago pela obra.

Uma perícia feita por um engenheiro a pedido da prefeitura atestou que a obra, iniciada em 2007, de acordo com o governo municipal, não seguiu parâmetros técnicos. Não há definição se o Estado liberará recursos para a conclusão da estação.

A prefeitura também pleiteia verbas federais da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) para a construção de uma outra estação.

O ex-prefeito Marcelo dos Santos (PSDB), o Celão, afirmou não ter conhecimento sobre as irregularidades na obra. "Quando saí [da prefeitura], deixei a obra em andamento. Já era para ter acabado", disse o tucano.

OUTROS CASOS

Em Pontal e Morro Agudo, a demora na inauguração fez com que os reservatórios das estações precisassem receber um revestimento para evitar vazamentos.

O custo adicional à obra vai de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, segundo o diretor regional do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Carlos Alencastre.

Em Pontal, a estação de tratamento está com obras paradas "há seis, sete anos" e atravessou duas administrações, segundo o prefeito André Luís Carneiro (PSB).

Alencastre disse que ficaram faltando as instalações elétricas da estação, que estavam sob responsabilidade da prefeitura.

Isso fez com que o reservatório, construído em 2010, ficasse sem uso e, hoje, precise de novo revestimento para ser impermeabilizado.

O caso é parecido em Morro Agudo. Segundo Alencastre, a prefeitura primeiro conseguiu recursos federais para fazer o reservatório mas, só depois, com recursos estaduais, construiu o emissário.

Hoje, ainda falta a estação elevatória, para bombear água para o lago do reservatório, que, como ficou sem uso, também precisará de novo revestimento.

A prefeitura informou que a conclusão das obras vai custar R$ 4,5 milhões. As obras de Pontal e Morro Agudo serão feitas com recursos do governo do Estado, de acordo com o DAEE.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página