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Em 5 anos, rodovias 'ganham' 12 empresas
Trechos da Anhanguera e Washington Luís, na região de Ribeirão, se firmam como novos corredores logísticos
Preços de imóveis mais baratos às margens de rodovias são atrativos; tráfego maior e roubos geram preocupação
O número de empresas de transporte e logística instaladas às margens das rodovias Anhanguera e Washington Luís, na região de Ribeirão Preto, mais do que dobrou nos últimos cinco anos.
O crescimento reforça a vocação das vias como importantes corredores logísticos.
Até 2010, eram dez transportadoras às margens dessas rodovias. Hoje, já são 22, de acordo com dados da Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo).
Além disso, no seu entorno, existem 160 transportadoras instaladas.
Tayguara Helou, vice-presidente do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo), disse que a tendência é de que as rodovias da região sejam escolhidas por mais empresas nos próximos anos.
O grande atrativo da Anhanguera e da Washington Luís na região, segundo Helou, é que o mercado imobiliário ainda não está tão aquecido como em outras rodovias e regiões próximas a São Paulo e Campinas.
Os preços imobiliários mais baixos também atraíram empresas de outros setores, o que favorece o mercado para as transportadoras.
A região de Ribeirão Preto tem 556 empresas no entorno da Anhanguera e 265 no da Washington Luís, segundo dados da Jucesp.
"São duas rodovias muito bem localizadas geograficamente, porque ligam os grandes centros comerciais de São Paulo a Minas Gerais, mas ainda não estão com o mercado imobiliário tão aquecido e acelerado", disse Helou.
Proprietário de uma transportadora às margens da Anhanguera há quatro anos, Reinaldo Ferreira disse que a concorrência aumentou desde que começou a trabalhar na área. Ele, porém, considera positivo o crescimento.
"Aqui na região tem muito trabalho, porque são muitas empresas", afirmou. "Quanto mais caminhões circulando, maior é a cobrança para uma estrutura melhor para os caminhoneiros."
Apenas nas três maiores cidades da região, cortadas por essas duas rodovias, a frota de caminhões é de 37,2 mil.
PREJUÍZO
Para o professor de logística da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Arquimedes Raia, o aumento de transportadoras e o consequente aumento na frota de caminhões, traz prejuízo para os motoristas.
"Quanto mais caminhões nas estradas, menor é a velocidade média que os veículos conseguem alcançar", afirmou Raia. "Além do que, eles trazem maior insegurança com relação a acidentes."
Tayguara Helou disse que os principais problemas para as transportadoras é o alto preço dos pedágios e o crescente número de roubos de cargas nas duas rodovias.
"A infraestrutura rodoviária no Brasil é muito ruim, no Estado de São Paulo ela foge à regra", afirmou Helou.