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Falta de remédio é apurada na Fundação Casa
Denúncia foi feita ao Ministério Público; direção da instituição nega desabastecimento
As unidades da Fundação Casa em Ribeirão Preto são alvos de mais uma investigação do Ministério Público.
Dessa vez, a Promotoria da Infância apura, por meio de um inquérito aberto na quinta-feira (12) a falta de remédios para os adolescentes internados na instituição.
Desde o início do ano, a Promotoria já abriu duas investigações para apurar denúncias como falta de estrutura e agressões aos menores.
Ribeirão tem hoje três unidades da fundação em funcionamento que, segundo a Promotoria, atende a uma média de 320 adolescentes e apresenta uma série de problemas, como superlotação.
Segundo a denúncia mais recente, além de faltar medicamentos, o suposto deficit de remédios tende a aumentar, já que novas licitações de compras não foram realizadas pela fundação.
O caso é apurado pelo promotor da Infância Luiz Henrique Pacagnella.
A Promotoria não informou em qual das três unidades o problema estaria acontecendo ou se a situação ocorre em todo o complexo. O órgão também não especificou sobre os tipos de medicamentos que estariam faltando.
A assessoria da Fundação Casa afirmou em nota que ainda não foi notificada sobre o novo inquérito.
A instituição disse ainda que o fornecimento dos remédios necessários ao atendimento dos adolescentes em medida socioeducativa está normal e que não há registro de falta de medicamentos.
NOVA UNIDADE
Além das denúncias e investigações de irregularidades na internação de menores pelo governo do Estado, a Promotoria também pede o embargo da inauguração de uma quarta unidade da Fundação Casa em Ribeirão.
A Procuradoria-Geral de Justiça do Estado publicou no último dia 9 um parecer contrário à nova unidade.
Para a Procuradoria, a nova unidade irá favorecer a concentração em Ribeirão de adolescentes de outras regiões, "impedindo contato com familiares", por causa da distância, e prejudicando a recuperação dos jovens.
Procurada, a assessoria da Fundação Casa disse que não iria comentar o assunto.
No parecer, o procurador Paulo Afonso de Paulo afirmou que a obra é um "verdadeiro retrocesso social".
O caso segue em tramitação no Tribunal de Justiça de São Paulo em segredo de Justiça.