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Entidades de proteção 'cancelam' 8 rodeios
Em outros 16 locais, Justiça vetou eventos, mas há recursos a serem julgados em primeira ou segunda instâncias
Para organizadores de festas, ação de ativistas contribui para elevar a profissionalização do esporte no Estado
Além da queda de público, nos últimos anos os rodeios em São Paulo tiveram de driblar também entidades protetoras que pedem o fim das provas com animais.
Atualmente, ao menos oito cidades do Estado, entre elas a capital, têm legislação que proíbe rodeios. Em outras 16, o Tribunal de Justiça proibiu a realização de eventos do tipo, em decisões em primeira e segunda instância e que ainda têm recursos a serem julgados.
O promotor do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) Laerte Levai disse que os rodeios submetem os animais a práticas não naturais ao ambiente rural e que resultam em maus-tratos.
No entanto, segundo Levai, a legislação deixa brechas de interpretação, o que dificulta a proibição das provas.
"Se não houver uma política ambiental paralela a essas ações na Justiça é chover no molhado'. Proíbe um rodeio aqui, mas um novo surge no outro ano ou em uma cidade ao lado", disse.
Para o promotor, a proibição dos rodeios ficou mais evidente e mobilizou a sociedade civil em 2011, após a Folha revelar a morte de um bezerro na festa de Barretos durante a prova do bulldog --em que o peão tem de imobilizar o animal com as mãos, sem equipamentos.
Em maio, um acidente com seis cavalos que fugiram de um rodeio de Hortolândia e invadiram uma rodovia também pressionou cidades vizinha a discutirem mudança na legislação. A proibição já foi adotada por Valinhos.
Os cavalos provocaram um acidente com dez veículos, deixando nove pessoas feridas. Os seis animais morreram atropelados.
Para organizadores das festas, a ação de ativistas contra rodeios foi importante para "aumentar a profissionalização do esporte".
Adriano Moraes, diretor de eventos da PBR (Professional Bull Riders) Brasil, principal circuito do país, disse que a falta de conhecimento sobre as provas e os cuidados com os animais gera uma "polêmica desnecessária".
"Por ser um esporte ligado diretamente à cultura sertaneja brasileira, dificilmente, pelo menos dentro da PBR, um animal será machucado". disse Moraes.
Em Barretos, ONGs e "associações sérias envolvidas na proteção aos animais" são convidadas a conhecer o evento, de acordo com Jerônimo Luiz Muzetti, presidente de Os Independentes.