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Problemas da cidade Abismo social ainda desafia prefeitos Conhecida como cidade rica do agronegócio, Ribeirão ainda convive, na periferia, com bolsões de pobreza Segundo o Censo 2010, 70 mil vivem na cidade com menos de um salário mínimo; 2.500 recebem R$ 155 por mês LEANDRO MARTINSDE RIBEIRÃO PRETO Entre os desafios do próximo prefeito de Ribeirão, cuja escolha ao menos em primeiro turno começa a ser feita hoje pelos eleitores, um dos principais será reduzir o abismo social que ainda existe entre as regiões do município. Conhecida pela riqueza do agronegócio e por ser uma cidade de comércio forte e mercado de luxo, Ribeirão ainda tem, como praticamente todos os municípios brasileiros, bolsões de extrema pobreza. São regiões da cidade, principalmente favelas, onde pessoas vivem com pouco dinheiro e ainda convivem com a falta de estrutura básica, como asfalto e saneamento. De acordo com o Censo de 2010, há em Ribeirão, entre a população que tem algum rendimento, uma parcela de aproximadamente 70 mil pessoas que vivem mensalmente com menos de um salário mínimo (R$ 622). Dentro desse grupo, uma parcela menor enfrenta situação ainda mais crítica: são cerca de 2.500 trabalhadores, segundo o IBGE, que sobrevivem com menos de um quarto do salário mínimo, algo em torno de R$ 155. Isso corresponde a aproximadamente R$ 5 por dia. Valor insuficiente para quem precisa, por exemplo, de transporte público para ir e voltar do trabalho -a passagem de ônibus custa R$ 2,60. OUTRA PONTA Na outra ponta do abismo, estão trabalhadores que vivem com mais de 30 salários mínimos por mês -cerca de R$ 19 mil. O IBGE aponta ao menos 4.500 pessoas com renda superior a 20 salários, mas é preciso lembrar que a resposta ao Censo é espontânea, sem apresentação de comprovantes, o que leva a supor que o número de ricos na cidade pode ser maior. Para tentar reduzir desigualdades e aproximar um pouco mais os dois lados do abismo, são vários os gargalos que precisam ser enfrentados pelo próximo prefeito. Como a Folha mostrou na série "Problemas da Cidade", cujas reportagens foram publicadas nos últimos domingos, são questões que mexem com o dia a dia de quase todos os moradores. São problemas quase sempre históricos, não apenas de um único governo. Para a população mais pobre, no entanto, são questões que precisam ser resolvidas com rapidez. "Queria apenas que cumprissem as promessas, como casas e mais postos de saúde com médico", diz Maria Helena Oliveira, 64. Ela vive na favela do Simioni com dois filhos que aguardam tratamento contra a dependência química. Maria Helena recebe aposentadoria de um salário mínimo por mês. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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