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Prefeitura sabia de falhas na ponte desde 6ª
Polícia afirma que avisou a Transerp dois dias antes sobre o asfalto precário e poste em risco na ponte que cedeu
Secretários dizem que não foram informados; trecho que desabou ficará bloqueado por ao menos 120 dias
Edson Silva - 6.nov.12/Folhapress | ||
Ponte que cedeu ainda mais no cruzamento da Francisco Junqueira coma Plínio de Castro Prado, em Ribeirão Preto |
A Prefeitura de Ribeirão Preto sabia da precariedade da ponte entre as avenidas Francisco Junqueira e Plínio de Castro Prado dois dias antes de ela ceder, no último domingo. Mesmo assim, o local não foi interditado.
A informação é da Polícia Militar, que afirma ter comunicado oficialmente o plantão da Transerp (empresa responsável pelo trânsito em Ribeirão Preto) no início da manhã da sexta-feira sobre as condições da ponte.
Questionada pela Folha, a PM informou em nota que a demanda foi encaminhada à Transerp dizendo "que o asfalto do solo estava danificado [formando buracos] e que o poste de iluminação estaria com perigo de queda".
O comunicado foi feito ao plantão da Transerp, diz a nota, por se tratar de fato ocorrido fora do horário de expediente -eram 5h.
O incidente na ponte aconteceu no domingo. Apesar do risco de acidentes, nenhum veículo passava pela ponte no momento e ninguém se feriu -o local é rota de ônibus.
Por causa da extensão do estrago, porém, a passagem foi interditada no mesmo dia, o que piorou o trânsito no entorno, especialmente nos horários de pico.
O trecho permanecerá bloqueado ao menos por 120 dias, prazo previsto para as obras de reforma.
Questionados desde segunda-feira pela Folha, tanto o secretário de Obras Públicas, Abranche Fuad Abdo, quanto o de Infraestrutura, Iussef Miguel Iun, afirmaram não ter conhecimento anterior dos problemas que a ponte demonstrava.
Iun chegou a duvidar da informação e disse que se trataria de uma invenção dos que estão "inconformados de terem perdido a eleição".
A nota da PM diz ainda, sobre o poste de iluminação, que na última sexta-feira comunicou a CPFL Paulista, concessionária de energia.
Em nota, a CPFL disse que os postes pertencem à prefeitura -segundo a empresa, os que são instalados em pontes e praças em geral pertencem aos municípios.
A concessionária informou ainda que, a pedido da Transerp, retirou os dois postes que estavam comprometendo a recuperação da ponte.
mais problemas
Outras pontes na avenida apresentam problemas, com rachaduras perceptíveis a olho nu, conforme a Folha publicou ontem.
A reportagem percorreu anteontem 16 pontes na Francisco Junqueira, entre a avenida Maurilio Biagi e a rotatória Amin Calil.
A maioria aparenta estar velha, com rachaduras -até o viaduto que dá acesso à Costábile Romano tem rachaduras nas duas bases, por onde crescem plantas. Engenheiros ouvidos pela Folha dizem que falta manutenção.