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Homenagem a general acusado de homofobia causa polêmica
Proposta de vereador de Ribeirão não atinge votos necessários
A proposta de homenagear o general Adhemar da Costa Machado Filho, comandante militar do Sudeste, com um título de cidadão ribeirão-pretano tem enfrentado resistência para ser votada e aprovada na Câmara de Ribeirão.
O general foi acusado de perseguição a um sargento homossexual em Brasília, há cerca de quatro anos. Machado Filho negou ser homofóbico e dizia que o sargento que o acusava era desertor, ou seja, deixava de comparecer ao trabalho no Exército.
Na Câmara de Ribeirão, o autor da proposta para a homenagem é o vereador Waldyr Villela (PSD), que não encontrou entre os demais colegas os 14 votos suficientes para a aprovação do projeto, que foi retirado da pauta pela quarta vez na última quinta-feira. Um grupo organizado de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais de Ribeirão Preto promete protestos contra os vereadores se a homenagem ao general for levada adiante pela Câmara, o que dificultou a adesão de todos os vereadores ao projeto.
POLÊMICA
O autor da proposta disse que "sente muito" pela situação, mas que respeita a posição dos vereadores que, segundo ele, disseram que não votariam a favor do título por uma orientação de seus partidos (PT, PV e PSDB).
Villela afirmou que ainda não desistiu totalmente da ideia de homenagear Machado Filho, mas também não sabe se vai reapresentar o projeto. Ele está em dúvida.
"Se voltar a acontecer [a reapresentação do projeto na Câmara] será só no ano que vem."
Ele disse acreditar, no entanto, que o próprio homenageado poderá desistir de receber o título de cidadão ribeirão-pretano devido à polêmica criada no município.
"Acho que depois disso tudo, de saber que tem gente contra a homenagem, ele [o general Machado Filho] não vai querer receber o título."
A Folha procurou os departamentos de comunicação social do Comando Militar do Sudeste (CMSE), em São Paulo, e do Exército, em Brasília, para ouvir o general.
Por telefone, o comando do Sudeste informou que a solicitação só poderia ser atendida a partir de segunda-feira. A assessoria do Exército, em Brasília, disse que também só poderia responder amanhã.