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Santa Casa de Franca deixa de atender 3.900 pessoas
Paralisação afeta também pacientes dos hospitais do Câncer e do Coração
Quimioterapia e radioterapia foram retomadas ontem; reunião com o Estado foi cancelada
A paralisação de serviços da fundação Santa Casa de Franca deixou pelo menos 3.900 pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) sem atendimento nos três hospitais do grupo desde a última quarta-feira. A informação é do diretor da fundação, Luis Aurélio Prior. Segundo ele, o corte de serviços permanece por tempo indeterminado.
O problema afeta pessoas que precisam realizar cirurgias, exames e consultas.
Até anteontem, a Santa Casa e os hospitais do Câncer e do Coração só atendiam pacientes em situação de urgência e emergência e ofereciam o tratamento dos pacientes que fazem hemodiálise.
Na manhã de ontem, porém, foram retomados os serviços de quimioterapia e radioterapia no Hospital do Câncer. "Não podemos colocar esses pacientes em risco, pois eles não têm para onde ser encaminhados", diz Prior.
A unidade já utiliza, porém, estoques de emergência, que devem se esgotar em dez dias, segundo o diretor.
A reunião que aconteceria ontem entre a diretoria da fundação e a Secretaria de Estado da Saúde para discutir os valores do novo contrato da gestão plena foi cancelada. A assessoria de imprensa da pasta informou que ainda não há uma nova data.
PITANGUEIRAS
Apesar de não ter retomado o atendimento aos pacientes do SUS (exceto urgência e emergência), a Santa Casa de Pitangueiras deve chegar a uma solução em relação ao contrato com a prefeitura.
A administração propôs à Santa Casa a realização de uma auditoria independente para revisar os valores que devem ser repassados à entidade. Em nota enviada à imprensa, a prefeitura afirma que pagará o valor do contrato, vencido em novembro, durante a vigência da auditoria.
"Como não houve manifestação da diretoria da Santa Casa com relação a essa proposta, a prefeitura depositará os mesmos valores estipulados no contrato."
O diretor da Santa Casa, Manoel Buzzo, disse à Folha que o hospital aceitou a proposta da prefeitura, mas só retomará os serviços após uma reunião com a Promotoria para formalizar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre as partes.
"Concordamos com a auditoria, mas não temos como arcar com essa despesa."