Ribeirão Preto, Domingo, 02 de Outubro de 2011

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Blitze antibarulho visam agora chácaras

Fiscalização da prefeitura faz pesquisa em sites de relacionamento em busca de festas clandestinas nesses locais

Briga entre vizinhos também virou alvo das investigações do Ministério Público de Ribeirão Preto


GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


O Ministério Público e a Fiscalização-Geral da Prefeitura de Ribeirão Preto estão adotando novas medidas para acabar com o excesso de barulho na cidade, que ganha novos perfis: festas clandestinas em chácaras e brigas entre vizinhos.
De acordo com o promotor criminal Paulo José Freire Teotônio, em 2007, eram realizadas duas audiências por semana no Jecrim (Juizado Especial Criminal) para tratar de casos envolvendo reclamações de vizinhos.
Já este ano o número saltou para quatro por dia. "É preocupante, porque uma simples briga gera morte, como já aconteceu", disse.
Em fevereiro do ano passado, Gildemar Rodrigues, 27, foi morto a tiros em sua casa no Parque Ribeirão depois que o vizinho pediu para que abaixasse o volume do som.
"As pessoas precisam entender que não se pode perturbar o vizinho com barulho a qualquer hora do dia. Isso de dizerem que barulho é permitido até as 22h não existe."
Para fechar o cerco, o promotor decidiu partir para a criminalização dos casos.
De 16 ações civis públicas instauradas em um ano pelo promotor por conta de perturbações, 12 são referentes a barulhos provocados por vizinhos na cidade.

CAÇA DE FESTAS NA WEB
Osvaldo Braga, chefe da Fiscalização-Geral, afirma que houve uma migração de festas para chácaras, onde ocorrem de forma clandestina. E o pior: a maior parte delas, com menores de idade.
"Estamos fazendo um trabalho de rastreamento virtual, em sites de relacionamento, para coibir essas festas."
Segundo ele, dez proprietários de chácaras estão respondendo a ação depois de terem os locais lacrados.
Um problema recorrente é o encontro de menores embriagados nesses locais.
"Em uma das festas, encontramos 43 adolescentes, todos alcoolizados", disse.
Para tentar driblar os fiscais, os responsáveis pelas festas estão anunciando na internet os eventos em endereços errados.
Alvo de reclamações, os bares também são acionados pela Promotoria. No entanto, há casos inusitados em que os moradores estão respondendo judicialmente, acusados de perseguição a proprietários dos estabelecimentos.
Foi o que aconteceu com o Jordiano Chopp e Cia, na avenida Independência: acusado de perturbar vizinhos com música ao vivo, o estabelecimento obteve em julho uma liminar que proíbe os reclamantes de irem até o local e proferirem ameaças, como vinha acontecendo.
A decisão da Justiça prevê multa de R$ 3.000 em caso de descumprimento.


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