Ribeirão Preto, Quinta-feira, 28 de Julho de 2011

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Sem fiscalização, cresce nº de camelôs no centro

Órgão da prefeitura afirma existir 200 ambulantes, muitos deles "forasteiros"

Fiscalização Geral alega ter efetivo insuficiente para coibir a prática do comércio irregular no centro de Ribeirão


Silva Junior/Folhapress
Camelô vende bonés no calçadão de Ribeirão Preto, ontem

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Aos poucos, eles estão tomando as ruas no quadrilátero central de Ribeirão Preto. Em quatro meses, camelôs "forasteiros" inflaram em 66% o comércio irregular nessa área da cidade.
Os dados são da própria Fiscalização Geral da prefeitura, órgão responsável por evitar que isso aconteça.
Após a presença de ambulantes ter diminuído em dezembro do ano passado, atualmente a administração afirma que o número de camelôs na região central já chega a 200.
A situação poderia ter sido amenizada se um novo camelódromo, prometido para o ano passado, estivesse em operação. A reforma do imóvel que vai abrigar o novo centro de compras, no entanto, ainda nem começou.
A média, até então, era de 120, segundo Osvaldo Braga, chefe da Fiscalização Geral, que atribui a migrantes esse excesso de contingente.
É o caso de um grupo de 15 homens de São Bento (PB), que está há quatro meses atuando em Ribeirão Preto.
Ontem, eles trabalhavam na esquina do calçadão das ruas General Osório com Amador Bueno, vendendo redes e cobertores.
De acordo com Mateus, 21, que não quis revelar o nome completo, a fiscalização já chegou a levar seus produtos embora neste ano. "Temos que arriscar, mesmo perdendo mercadorias. Eu não sei escrever nem meu nome. Só me resta vender as redes."
O trabalho é "facilitado" pelo fato de a Fiscalização Geral de Ribeirão ter 38 fiscais, número considerado pequeno porque, além de atuar com ambulantes, eles são responsáveis por controlar queimada urbana, poda de árvores, construção civil, invasão de terras e outdoors irregulares, entre outros.
"A praça está fácil. Um liga para o outro e diz que pode vir porque aqui está bom", disse Marcelo Augusto Cruz, membro da comissão de camelôs. Para ele, a falta de fiscalização estimula a presença dos "forasteiros".
Hoje, a prefeitura deve apresentar à Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) um novo projeto para o camelódromo.
A entidade afirma ser favorável ao cumprimento de uma lei que proíbe o comércio ambulante no centro.
Braga afirmou que, apesar de ter um efetivo pequeno, vai ampliar a fiscalização na região central para coibir a atuação dos camelôs.


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