Ribeirão Preto, Quarta-feira, 28 de Setembro de 2011

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Cachorros e furto de gás criam brigas no W. Toni

Taxa de condomínio e desrespeito às regras geram queixas no conjunto

Síndica contratou até empresa de cobrança; alguns burlam regra ao pendurar roupas na grade ou pôr lixo na rua

Edson Silva - 15.set.2011/Folhapress
Cachorros espremidos no espaço para o botijão de gás, guardado
em casa para evitar furto, no conjunto Wilson Toni


JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Cachorros soltos ou espremidos em pequenos espaços, furtos de botijões de gás e queixas da taxa de condomínio já se tornaram problemas comuns nos apartamentos populares do conjunto Wilson Toni, em Ribeirão Preto.
Do total de 704 apartamentos, 238 foram ocupados por famílias que até o final de julho viviam nas favelas do Brejo e vilas Elisa e Zanetti. O restante é composto por pessoas que viviam de aluguel.
A Secretaria da Assistência Social diz que os moradores têm recebido "aulas" e suporte da equipe sobre como viver em condomínio.
Uma queixa comum dos moradores é o desrespeito às regras. Alguns vizinhos, dizem, fazem barulho até tarde da noite, penduram roupas nas grades (o que é proibido) ou se negam a colocar o lixo na "casinha" de resíduos erguida em cada bloco.
A dona de casa Maria Aparecida da Silva, 24, ex-moradora do Brejo, diz não ver problemas em deixar os sacos de lixo na sarjeta. "Todos deixam. A 'casinha' é longe."
Ela decidiu guardar o botijão em casa, porque soube de furtos. No lugar do botijão, estão amontoados Mick e Bolinha, dois cães vira-latas.
"Falaram para não deixar cachorro para trás na favela. Eu ainda não consegui doá-los a ninguém." Para a Divisão de Controle de Zoonoses, esse confinamento configura crime de maus-tratos.
A inadimplência também preocupa. A queixa comum é que a taxa de condomínio é alta, principalmente para as famílias mais carentes.
"No meu bloco a taxa era de R$ 30, mas já aumentaram mais R$ 10. Por terem nos tirado da favela, poderiam ter dado um tempo", disse Lucimara de Souza, 37, que viveu 15 anos na favela do Brejo.
A prefeitura diz que a inadimplência foi baixa no primeiro mês: só 42 não pagaram a taxa. Mas Marleide Ferreira de Souza, 43, síndica de uma das quadras, decidiu contratar já uma empresa de cobrança. "Não é justo uns pagarem e outros, não."
Maria Sodré, secretária da Assistência Social, diz que isenções não cabem à prefeitura, porque o condomínio (inclusive o valor da taxa) é de responsabilidade do morador. "Estamos orientando, porque muitos não tiveram essa vivência em condomínio antes."


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